Mauro Barbosa Cid vendeu dois relógios de luxo, um Rolex e um Patek Philippe, por um montante de U$ 68 mil. No entanto, apenas o Rolex foi posteriormente comprado de volta pelo advogado Frederick Wassef. O paradeiro do Patek Philippe permanece desconhecido, tornando-se uma questão central nas investigações da Polícia Federal.
Após a apresentação das evidências, na terça-feira (16), Wassef confirmou que comprou o Rolex, que havia sido inicialmente dado como presente oficial ao ex-presidente Jair Bolsonaro e depois vendido nos Estados Unidos. A Polícia Federal, por sua vez, classificou sua narrativa como “fantasiosa” e “hilária”.
Os investigadores indicam que, embora Wassef tenha tentado proteger Bolsonaro, as evidências sugerem o contrário.
Em uma coletiva realizada em um hotel em São Paulo, Wassef admitiu que comprou o Rolex nos EUA, que anteriormente havia sido um presente oficial para Bolsonaro e vendido de forma ilícita. Durante sua confissão, destacou:
– Ter usado seu próprio dinheiro na transação,
– Não ter agido sob ordens de Bolsonaro ou de Mauro Barbosa Cid,
– E ter devolvido o relógio ao Estado.
Com base nas novas evidências em posse, os investigadores acreditam que Wassef eventualmente terá que revelar quem estava por trás da transação.
Contando com a ajuda do FBI, a Polícia Federal está determinada a rastrear a origem dos recursos utilizados para comprar o Rolex.
Conforme relatado no blog de Daniela Lima, do G1, a explicação de Wassef foi recebida com escárnio, sarcasmo e incredulidade por membros de cortes superiores. Eles observaram que, em um curto período, Wassef apresentou diversas versões distintas e contraditórias sobre o evento, chegando a negar qualquer venda ou posse da joia. Posteriormente, admitiu ter comprado o Rolex nos EUA, mas enfatizou que foi por vontade própria e não a pedido de Bolsonaro.
Um integrante da corte resumiu sua percepção sobre o episódio como “Preguiça”. Já outro avaliou que Wassef parece estar “tentando construir um álibi”, mas o resultado foi considerado “estranho”.
A Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal acreditam que é provável que tanto Bolsonaro quanto seu ex-assistente, Mauro Barbosa Cid, sejam condenados no caso. Os indícios apontam para transações financeiras suspeitas no Brasil e no exterior, que podem ter beneficiado o ex-presidente. O caso é descrito como “extremamente grave” por aqueles próximos à investigação.