Bolsonaro volta a chorar no chuveiro

Marcos Corrêa/PR

Segundo informações de Mônica Bergamo, na Folha de São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cogitou, em conversas com seus aliados, a convocação de manifestações populares em 7 de Setembro, data que celebra a Independência do Brasil.

O contexto dessas discussões era de grande complexidade. Por um lado, muitos de seus apoiadores mais fervorosos acreditavam que Bolsonaro vinha sendo vítima de perseguição política, especialmente por partes da Justiça e da CPMI do 8 de janeiro. Para eles, a resposta deveria ser política também. Argumentavam que uma grande manifestação de apoio poderia reverter esse cenário, considerando que, em sua visão, Bolsonaro ainda possuía capacidade de mobilizar multidões, tal como ocorrera em seu período presidencial. Uma imagem potente de defensores do ex-presidente poderia, acreditavam, atenuar as ações judiciais e políticas contra ele.

Ainda segundo a coluna de Bergamo, nem todos os aliados do ex-presidente compartilhavam do mesmo otimismo. Alguns expressavam sérias preocupações, particularmente com a possibilidade de que tais manifestações fossem interpretadas como uma provocação direta à Justiça. Além disso, o fantasma dos acontecimentos de 8/1 em Brasília, com seus episódios de quebra-quebra e invasões das sedes dos poderes, ainda pairava. Haviam temores de que extremistas, frequentemente referidos como “malucos”, reproduzissem ou intensificassem as ações violentas.

Após ouvir os diversos argumentos, Bolsonaro tomou sua decisão. Segundo a mesma fonte, ele declarou que não desejava manifestações nas ruas. Um interlocutor próximo ao ex-presidente revelou que, mesmo se fossem bem-sucedidas, essas manifestações não conseguiriam alcançar o efeito desejado, que era o de barrar as investigações contra ele.

Um detalhe saliente, conforme relatado por mais de um interlocutor, foi a visível mudança no comportamento de Bolsonaro. A investigação sobre a venda, no exterior, de joias que foram presenteadas a ele, teve um impacto significativo sobre sua postura. Pela primeira vez em muitos meses, o ex-presidente parecia “baqueado”, dando a entender que a situação estava afetando profundamente seu ânimo. Provavelmente voltou a chorar no chuveiro.

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