A Polícia Federal (PF) deu continuidade à investigação relacionada ao caso da tentativa de venda ilegal de presentes destinados ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro por delegações estrangeiras. Recentemente, novos detalhes surgiram, ligando o celular do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, a um recibo de recompra de um Rolex, que está no centro dessa controvérsia.
O nome “Chase Leonard” foi identificado tanto no rascunho do celular de Mauro Cid quanto no recibo do Rolex em questão. Essa descoberta ganha relevância uma vez que o relógio Rolex está no centro das investigações. De acordo com as autoridades, essa peça chave foi um presente oferecido a Jair Bolsonaro por representantes de outros países. No entanto, a questão central é se esses presentes oficiais do governo podem ser legalmente vendidos a terceiros, ou se devem permanecer como patrimônio do Estado.
A mensagem encontrada no rascunho do celular de Mauro Cid continha um link relacionado ao anúncio de venda de um relógio Rolex. Esse relógio é semelhante à peça que fazia parte do kit de joias em ouro branco e diamantes que foi direcionado ao acervo pessoal do ex-presidente Bolsonaro.
O recibo da recompra do Rolex, que foi feito por Frederick Wassef, advogado que já defendeu Bolsonaro e sua família em várias ocasiões, também traz o nome de Chase Leonard. Esse nome aparece tanto no rascunho do celular de Mauro Cid quanto no recibo do Rolex.
A investigação da PF já resultou em buscas realizadas na última sexta-feira (11) em vários endereços, incluindo Mauro Cid, seu pai, o general Mauro Cesar Lourena Cid, Osmar Crivelatti e o próprio Frederick Wassef.
Wassef alegou recentemente ter comprado o Rolex nos Estados Unidos em março deste ano como um presente ao governo brasileiro. Entretanto, ele negou qualquer envolvimento em uma suposta operação de resgate da joia a pedido de Mauro Cid.
O general Mauro Cid, que já esteve envolvido na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas, foi preso sob acusações de participação em um esquema de fraudes em cartões de vacina de Bolsonaro e seus familiares. Uma descoberta intrigante foi feita em seu celular: um rascunho de um plano para um golpe de Estado no país, envolvendo a declaração de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e a possível implementação do estado de sítio, dentro das restrições constitucionais.
Conforme as investigações prosseguem, o nome de Chase Leonard se destaca como um elo intrigante entre os elementos desse caso em desenvolvimento. A PF continua a se dedicar a desvendar os detalhes desse esquema complexo, com o objetivo de esclarecer possíveis irregularidades e garantir que a lei seja devidamente aplicada no caso.
A investigação visa esclarecer as conexões entre os elementos em questão, bem como determinar se houve violações legais na recompra do Rolex e em outras ações relacionadas a presentes dados ao governo.