Um apagão de proporções incomuns atingiu 25 estados brasileiros e o Distrito Federal na terça-feira (15), deixando grande parte do país sem energia e levantando questionamentos sobre as causas do episódio. Em resposta à situação, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, encaminhou um pedido à Polícia Federal (PF) para investigar o incidente, citando a “ausência de elementos técnicos” que expliquem o ocorrido.
O ministro Alexandre Silveira, que lidera a pasta de Minas e Energia, acionou a PF e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para averiguar a possibilidade de ação deliberada no apagão. O objetivo da investigação é determinar se o apagão foi resultado de alguma forma de sabotagem ou ação ilícita.
Em meio a uma situação que afetou cerca de 29 milhões de brasileiros e perdurou por horas em alguns locais, o governo busca entender as circunstâncias que levaram a essa queda de energia em uma escala tão ampla. Até o momento, não há evidências claras que expliquem o apagão, o que motiva o interesse das autoridades em realizar investigações abrangentes.
O apagão ocorreu em duas etapas, afetando uma linha de transmissão no Ceará e uma localização ainda não identificada. A exceção foi o estado de Roraima, que não faz parte do Sistema Interligado Nacional (SIN). A falta de energia causou interrupções nas atividades diárias e trouxe à tona questões sobre a infraestrutura elétrica do país e a confiabilidade de seu funcionamento.
Enquanto o ministro da Casa Civil, Rui Costa, referiu-se ao apagão como um “erro técnico” e negou qualquer possibilidade de desabastecimento de energia, a incerteza sobre as causas e as implicações do apagão persistem. O ministro Silveira afirmou que não há justificativa para o apagão, uma vez que o Brasil possui sobra de energia e não enfrenta os desafios de geração que causaram apagões anteriores.
O pedido de investigação por parte do ministro Dino destaca a importância de entender a origem desse apagão excepcional e sua potencial conexão com atividades ilícitas. Enquanto o país se recupera do impacto desse incidente, espera-se que as investigações da PF e outras entidades competentes forneçam respostas claras para dissipar a incerteza que paira sobre o apagão e assegurar a estabilidade do sistema elétrico nacional.
Ministro de Minas e Energia
Em uma reunião em Brasília, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, juntou-se ao diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, e à presidente interina da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Angela Regina Livino de Carvalho, para examinar detalhadamente as circunstâncias que levaram a esse apagão de larga escala.
De acordo com o governo, o apagão pode ter sido desencadeado por dois eventos simultâneos. Um ocorreu no Ceará, onde uma falha operacional impactou a interligação da rede entre as regiões Norte e Sudeste. Essa falha criou uma reação em cadeia que forçou a interrupção do fornecimento de energia para as regiões Sul e Sudeste, como medida preventiva para evitar danos mais sérios ao sistema.
O registro do Operador Nacional do Sistema Elétrico indica que a interrupção começou por volta das 8h31 da terça-feira e somente às 14h49 a energia foi totalmente restabelecida. O ONS tem a tarefa de apresentar um relatório preliminar que explique as possíveis causas desse incidente até esta quinta-feira (17).
O ministro Alexandre Silveira considerou esse apagão como “um evento extremamente raro”. Além das ações em andamento no Ministério de Minas e Energia, Silveira anunciou que solicitará ao Ministério da Justiça e Segurança Pública a intervenção da Polícia Federal para investigar as causas do apagão, e pedirá à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que acompanhe o processo de apuração.
O Ministério da Justiça confirmou o recebimento oficial do pedido de investigação do Ministério de Minas e Energia e afirmou que, ainda nesta quarta-feira, encaminhará o caso à Polícia Federal. Até o momento, a Abin não se manifestou sobre o assunto.
Em entrevista ao programa Bom Dia Ministro, no Canal Gov, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, reconheceu que até o momento não há explicações concretas para o apagão. Costa enfatizou a determinação em compreender as causas do apagão e a sua urgência em obter detalhes sobre o incidente. Ele ressaltou que o problema não se deve à falta de capacidade de geração, mas provavelmente a algum erro ou falha técnica que está sob investigação.
Enquanto o Brasil aguarda respostas, é claro que o apagão de terça-feira destaca a importância de um sistema elétrico confiável e seguro. O país deve trabalhar em colaboração para garantir a estabilidade e a resiliência da rede elétrica, considerando as implicações de eventos como esse no funcionamento de diversos setores da sociedade. As investigações em andamento serão cruciais para entender as causas e implementar medidas preventivas para evitar incidentes similares no futuro.
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!