O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi acusado formalmente de tentar manipular a eleição presidencial de 2020 no estado de Geórgia. A decisão do grande júri de Atlanta foi tomada nesta segunda-feira (14) e inclui mais 18 pessoas envolvidas no caso.
Embora este seja o quarto processo criminal que Trump enfrenta, a acusação é histórica. Segundo o júri, o norte-americano e outros acusados “se juntaram a uma conspiração para mudar ilegalmente o resultado” da eleição do país.
A investigação liderada pelo promotor distrital do condado de Fulton, Fani Willis, cobre um dos esforços mais flagrantes dos aliados de Trump para mudar os rumos eleitorais dos Estados Unidos naquele ano, explica o jornal CNN.
Diferente da situação apresentada pelo advogado especial, Jack Smith, em relação às acusações de subversão eleitoral, o caso de Willis será isolado de interferências de Trump. Dessa forma, mesmo que ele seja eleito em 2024, o político não poderá perdoar a si mesmo ou seus aliados de quaisquer condenações perante a lei estadual. Ele também não poderá demitir os promotores do condado de Fulton que apresentaram as denúncias.
Os esforços de Trump e aliados na Geórgia se assemelham a conspirações em outros estados em que o atual presidente norte-americano, Joe Biden, foi vencedor. A Geórgia, porém, foi palco das “jogadas mais audaciosas” do ex-presidente e seus apoiadores.
“Um dos estados que ele perdeu foi a Geórgia. Trump e os outros réus citados nessa acusação se recusaram a aceitar que Trump perdeu e, consciente e voluntariamente, se juntaram a uma conspiração para mudar ilegalmente o resultado da eleição em favor de Trump. Essa conspiração continha um plano e propósito comuns de cometer dois ou mais atos de extorsão no condado de Fulton, na Geórgia, em outras partes do estado da Geórgia e em outros estados”, afirma a denúncia.
Conforme indicam as investigações, em janeiro de 2021 Trump realizou um telefonema para o secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, para “encontrar” os quase 12 mil votos que colocariam o ex-presidente à frente de Biden no estado.
A Geórgia tornou-se alvo de Trump devido ao controle republicano da legislatura estadual e do poder executivo. Assim, o político tentou das mais diversas formas subverter os resultados reais e tentar manipular uma vitória na localidade.
Os advogados do ex-presidente foram aos legisladores do estado em três ocasiões diferentes para apresentar falsas alegações de fraude eleitoral, além de ações judiciais com afirmações infundadas a respeito da eleição terem sido direcionadas ao local.
Veja quem são os 19 denunciados de tentativa de manipulação:
- Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos
- Rudy Giuliani, advogado de Trump
- Mark Meadows, chefe de gabinete da Casa Branca
- John Eastman, advogado de Trump
- Kenneth Chesebro, advogado pró-Trump
- Jeffrey Clark, alto funcionário do Departamento de Justiça
- Jenna Ellis, advogada da campanha de Trump
- Robert Cheeley, advogado que promoveu reivindicações de fraude
- Mike Roman, funcionário da campanha de Trump
- David Shafer, presidente do Partido Republicano da Geórgia e eleitor falso
- Shawn Still, falso eleitor republicano
- Stephen Lee, pastor ligado à intimidação de trabalhadores eleitorais
- Harrison Floyd, líder do Black Voices para Trump
- Trevian Kutti, publicitário ligado à intimidação de trabalhadores eleitorais
- Sidney Powell, advogado da campanha de Trump
- Cathy Latham, eleitora falsa do Partido Republicano ligada à violação de Coffee County
- Scott Hall, ligado à violação do sistema eleitoral de Coffee County
- Misty Hampton, supervisora das eleições do Condado de Coffee
- Ray Smith, advogado da campanha de Trump