O ex-presidente Jair Bolsonaro informou a aliados que irá quitar sua dívida de mais de R$ 1 milhão usando as doações por Pix nesta terça-feira (14).
Diante da série de polêmicas envolvendo seu nome, desde o esquema das joias vendidas ilegalmente às origens dos R$ 17,2 milhões supostamente recebidos de Pix de apoiadores, Bolsonaro foi aconselhado a dar um basta neste segundo episódio, que teve início há quase dois meses
Em junho deste ano, o político e seus aliados compartilharam o CPF de Bolsonaro pedindo transferências de qualquer valor para arcar com as multas estabelecidas pela Justiça.
As infrações em questão são referentes ao período da pandemia de covid-19, quando Bolsonaro não cumpria as regras de isolamento e incentivava seus apoiadores e repetirem suas ações – uma das multas que o ex-presidente recebeu durante sua gestão nos últimos quatro anos foi a de circular na rua sem máscaras em 2020 e 2021. Os valores ainda estão abertos junto à Secretaria da Saúde de São Paulo.
Embora o ex-presidente tenha entrado com recursos para reduzir o valor das sanções, mesmo já tendo recebido as doações, ele decidiu fazer o depósito em juízo para aguardar futuras decisões. Segundo os auxiliares do ex-presidente, ele se comprometeu em pagar cerca de R$ 1 milhão nesta terça.
Os dados do relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) indicam que Bolsonaro recebem R$ 17,2 milhões por meio de transferências por Pix entre 10 de janeiro a 4 de julho deste ano – ainda que a campanha de arrecadação de doações só tenha sido iniciada em junho.
Após a divulgação destes valores, o ex-presidente tentou se justificar inúmeras vezes sobre seus gastos. No último mês, Bolsonaro usou mais de R$ 14 mil em jogos da Mega Sena na casa lotérica de um sobrinho, além de tranferir altos valores à ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e até mesmo à síndica do condomínio de Eduardo Bolsonaro, seu filho.
Segundo ele, nenhum desses pagamentos foi feito com o dinheiro das doações, mas, sim, com a própria renda que recebe do PL e de duas aposentadorias.
O Coaf, no entanto, aponta algumas movimentações envolvendo pequenas doações recebidas por Bolsonaro que levantam suspeitas de “burla fiscal e lavagem de dinheiro”. Ainda sem conclusão, o órgão investiga a origem dos recursos na conta do ex-presidente.