Recentemente, o presidente Lula sancionou uma lei que libera a ozonioterapia, lei que efetivamente não tem qualquer efeito prático, já que a lei não amplia a aplicação da “terapia” para além dos usos que a ANVISA atualmente já autoriza.
Mas então, por que Lula decidiu sancionar algo tão controverso? Simples, avaliação de riscos.
Fontes na articulação do governo foram taxativas em afirmar que Lula e o governo como um todo estão buscando evitar atritos desnecessários com o Congresso Nacional e o governo já tinha a certeza de que o veto do presidente certamente seria derrubado, criando um problema ainda maior do que aprovar uma lei sem efeito prático.
Porém, se a articulação política está extremamente cautelosa na relação com o Congresso, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) parece ter incomodado o Planalto. Em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, o ministro afirmou que a Câmara está com “poder muito grande”.
Não por menos, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), optou por cancelar uma reunião que teria junto com Haddad e líderes da Câmara sobre arcabouço fiscal.
Embora a declaração seja apenas a constatação de um fato e não traga nada de grave, a fala foi vista por integrantes da articulação política do próprio governo como uma falta de cautela de Haddad.
Por outro lado, essa situação toda está longe de ser uma crise profunda. Lira definitivamente não ficou completamente irritado com a fala e o adianto da reunião se dá principalmente porque o presidente da Câmara atua como um “sindicalista” dos deputados e precisa, sempre que possível, demonstrar força para a sua base.
Certamente Lira foi cobrado por alguns deputados e não quis sair por baixo.