Após o assassinato do candidato a presidência do Equador, Fernando Villacicencio, a ambientalista Andrea González, vice-canditada na chapa do presidencial, assumirá seu lugar na disputa pela liderança do país.
Apesar do atentado contra Villavicencio e, como consequência, o então presidente Guillermo Lasso, ter decretado estado de exceção por dois meses no país, as votações irão ocorrer no dia 20 de agosto como planejado. Diante disso, o partido Construye informou neste sábado a nova posição de González.
“O movimento substituirá o binômio presidencial colocando Andrea González como presidente” disse, em nota.
O presidenciável, de 59 anos, foi morto com três tiros na cabeça após deixar um comício em Quito, na última quarta-feira (9). Sua vice foi também uma aliada política durante anos, desde quando Villavicencio trabalhava como jornalista investigativo.
O então candidato estava em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto à presidência do Equador, com cerca de 13,2%, segundo a empresa Cedatos. Agora, Andrea González enfrentará Luisa González, partidária do ex-presidente Rafael Correa, que conta com 26,6% das intenções de voto da população equatoriana.
“O nome do candidato à vice-presidência será anunciado nas próximas horas e será escolhido entre as pessoas de maior confiança que compartilharam as lutas de nosso camarada Fernando Villavicencio”, continuou Construye no comunicado.
A decisão de tornar Gonzálezapta a presidência foi tomada após a legenda já ter descartado a possibilidade da ambientalista aparecer como vice e, em caso de vitória nas urnas, assumir o poder. Segundo a lei do país, os partidos podem nomear um substituto para os candidatos falecidos antes da eleição.
Neste domingo, a candidata deve comparecer ao debate presidencial organizado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) em Quito. A defesa de González é voltada para o meio ambiente, a favor da preservação dos oceanos, dos manguezais e contra o tráfico de animais silvestres e o desmatamento. Villavicencio, por outro lado, focava sua campanha contra a violência, crime organizado e, principalmente, contra a corrupção.
O crime do jornalista, ex-sindicalista e presidenciável chocou o país na última semana. As autoridades equatorianas ainda estão apurando o caso, mas já confirmaram que o assassinato foi cometido por um grupo de seis colombianos, provavelmente ligados à facção colombiana Los Lobos, que reivindicou a autoria do ataque.
Além da crescente onda de violência no país, o Equador vive em meio a conflitos de cartéis de drogas, principalmente nas cidades na rota do tráfico. A violência ligada ao narcotráfico, por exemplo, chegou ao recorde de 26 por 100 mil habitantes em 2022, quase o dobro de 2021.