Uma gravação exclusiva do ataque golpista de 8 de janeiro mostra o quadro do senador Renan Calheiros (MDB-AL) sendo depredado. O g1 divulgou as cenas inéditas da mulher tirando da parede e jogando no chão a imagem do político, exposta na galeria de ex-presidentes da Casa.
Em seguida, a bolsonarista, enrolada com a bandeira do Brasil, usada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro como símbolo político, pisa na obra, retira a moldura e arremessa o quadro. Por fim, ela rasga a imagem do senador e joga ao chão, deixando a sala.
Em janeiro, dias após o ato terrorista contra as sedes dos Três Poderes em Brasília, o Senado confirmou que cinco quadros de ex-presidentes da Casa foram danificados – deles, dois eram de Renan Calheiros. Também foram quebrados dois retratos de José Sarney e um de Ramez Tebet.
A coordenadora do Museu da Casa, Maria Cristina Monteiro, explicou à época que, de todas as obras depredadas pelos criminosos, apenas um dos quadros de Sarney poderia ser restaurado. As outras imagens foram consideradas irrecuperáveis, devido aos cortes e rasgos.
Meses depois, em maio, a galeria do Senado recebeu novos quadros para substituir as obras danificadas. Um dos quadros de Renan, inclusive, recebeu um “implante capilar”.
Até este sábado (12), o prejuízo financeiro estimado para reparar os danos causados no Senado já ultrapassa o valor de R$ 2 milhões. De acordo com a Casa, apenas os consertos na infraestrutura do edifício devem somar R$ 890 mil.
Além da recolocação de vidros quebrados, a estimativa de custo para a restauração das obras de arte danificadas deve superar R$ 1,2 milhão. A pintura à óleo “Ato de Assinatura da Primeira Constituição”, por exemplo, tem previsão de gasto de R$ 800 mil.
A estimativa total é que os reparos custem R$ 2,172 milhões.
O Supremo Tribunal Federal já transformou 1.290 acusados em réus até agora, dos 1.390 indivíduos acusados de autoria ou participação nos atos golpistas de janeiro pela Procuradoria-Geral da República.
Já foram marcados os julgamentos de mais de 70 denúncias contra os investigados de vandalismo, além das análises de acusações oferecidas pela PGR. As denúncias serão julgadas em plenário virtual entre os dias 14 e 18 de agosto.
Nesta semana a PGR pediu a condenação dos primeiros réus envolvidos nos atos terroristas de 8 de janeiro.
O primeiro bloco de análise contará com a defesa da PGR de condenar 40 réus por crimes como associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima. As penas somadas podem chegar a 30 anos de prisão.