Um bom e experiente policial ou investigador sabe que mais cedo ou mais tarde um criminoso, por mais esperto que seja, vai deixar rastros e provas pelo caminho. Mas definitivamente esperteza não é a especialidade do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.
Na operação Lucas 22, realizada nesta sexta-feira, a Polícia Federal descobriu que Mauro Cid se incriminou por diversas vezes no escândalo envolvendo as joias “ganhadas” por Bolsonaro.
Isso porque no WhatsApp, Mauro Cid mandou para si mesmo uma série de mensagens sobre o kit de jóias recebidos por Bolsonaro, em 2019, na Arábia Saudita. Como sabemos, esse kit foi vendido e recomprado nos EUA entre junho de 2022 e março de 2023.
No celular de Mauro Cid, a PF encontrou sete fotos do kit e do certificado de autenticidade do conjunto de joias composto por um anel, abotoaduras, um rosário islâmico, relógio de luxo da marca Rolex e uma caneta da Chopard.
Após a perícia feita no celular de Cid, a PF descobriu que o militar chegou a enviar essas fotos a terceiros, mas apagou antes que fosse alvo de busca e apreensão, ainda no mês de maio. Mas felizmente, a PF conseguiu recuperar o conteúdo.
A burrice de Mauro Cid foi tanta que a PF também descobriu que o ex-ajudante de Bolsonaro conversava consigo mesmo no Whatsapp. O diálogo esquizofrênico inclui o envio das sete fotos do conjunto e o endereço que as joias estavam, em Miami, e o link da venda do Rolex.
O ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, revelou em sua decisão que “embora as mensagens tenham sido apagadas, Mauro César Barbosa Cid as enviou para o seu próprio WhatsApp Business, de modo que foi possível à Polícia Federal identificar que as mensagens continham fotos do kit de joias”.