Fernando Villavicencio, um candidato à presidência do Equador, foi tragicamente assassinado nesta quarta-feira (9), em um ataque que chocou a nação e destacou as tensões políticas e sociais no país. O político foi alvejado com três tiros na cabeça depois de sair de um comício em uma escola na cidade de Quito. Seu assassinato ressalta a violência que tem afligido o Equador nos últimos anos, com vínculos frequentemente associados ao narcotráfico.
De acordo com informações preliminares, três criminosos armados efetuaram disparos de metralhadoras, resultando em nove feridos, incluindo uma candidata à Câmara de Deputados e dois policiais. Um dos suspeitos foi morto em um confronto com a polícia, enquanto outras seis pessoas foram detidas por suspeita de envolvimento no ataque.
Fernando Villavicencio era um candidato a presidente que já havia ganhado notoriedade por seu trabalho como jornalista investigativo, onde denunciava casos de corrupção e narcotráfico envolvendo a elite política do país. Sua atuação gerou diversos conflitos com poderosos interesses.
Pouco antes de seu assassinato, Fernando Villavicencio, candidato presidencial do Equador, denunciou ameaças de Alias Fito. O indivíduo, cujo nome real é José Adolfo Macias Villamar, lidera um grupo criminoso chamado Los Choneros e está preso desde 2012, com uma sentença de 34 anos por homicídio e tráfico de drogas.
Segundo a mídia local, o cartel já estava sob investigação da Procuradoria Geral do Estado. As retaliações contra o político teriam iniciado após suas críticas a grupos criminosos. O candidato relatou que estava sob vigilância constante e recebia chamadas telefônicas intimidadoras.
Villavicencio ocupava o quinto lugar nas pesquisas de intenção de voto, de acordo com dados publicados pelo jornal “El Universo”. O crime ocorre em um contexto político tenso, com o Equador se preparando para as eleições gerais que irão eleger um novo presidente, vice-presidente e parlamentares em 20 de agosto.
O presidente Guillermo Lasso condenou o assassinato, prometendo uma resposta firme por meio do gabinete de segurança. Lasso também observou que o crime organizado tem ganhado força no país, mas enfatizou que a lei prevalecerá.
O histórico de Villavicencio é marcado por sua atuação como sindicalista da empresa estatal de petróleo Petroecuador, depois se tornando um jornalista reconhecido por suas denúncias de negócios corruptos e má gestão na companhia. Ele também foi deputado federal entre 2021 e 2023, defendendo causas sociais e dos trabalhadores.
O Equador enfrenta desafios significativos relacionados ao narcotráfico, com a violência aumentando nos últimos anos. O país se tornou uma rota importante para o tráfico de drogas na América Latina, o que tem contribuído para a violência e a instabilidade política. A morte de Villavicencio destaca essas questões, levantando preocupações sobre a segurança pública e a integridade das instituições democráticas.
As eleições antecipadas, agendadas para agosto, agora acontecerão em meio a um cenário de luto e incertezas.
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!