Por Felipe Nunes
A 1ª pesquisa Genial/Quaest com Deputados Federais revela que a avaliação do governo Lula na Câmara é parecida com a encontrada na população: 35% dos deputados avaliam o governo positivamente, na população são 37%. Avaliação negativa na Câmara chega a 33%, na população a 27%.
Entre os deputados de esquerda, 86% avaliam o governo como ótimo ou bom. Dos parlamentares de Centro, 34% consideram o governo Lula positivo e 56% regular. Na direita, 74% avaliam o governo como ruim ou péssimo.
Quando perguntados sobre o rumo do país, 52% dos parlamentares consideram que o Brasil vai na direção certa, contra 42% que acham que o país vai na direção errada.
Se comparado com o resultado obtido na população (46% na direção certa X 41% na direção errada), dá pra ver que os deputados estão ligeiramente mais otimistas que a população.
Entre os ministros testados, Fernando Haddad é o que tem avaliação mais positiva (52%), seguido de Flavio Dino (48%) e Simone Tebet (47%). O ministro com a avaliação mais negativa é Rui Costa, que aparece com 41% de avaliação negativa entre parlamentares.
A avaliação dos ministros por bloco revela o quanto Flávio Dino se tornou um nome polarizante na visão dos deputados. Parlamentares de esquerda tem avaliação bastante positiva (96%). Entre a direita, a avaliação negativa é quase tão grande (74%).
Na visão dos deputados, a relação do governo Lula com o Congresso é negativa para 41% e regular para 32%. Apenas 24% dos parlamentares afirmam que a relação é positiva.
Essa avaliação regular/negativa está diretamente relacionada a uma percepção majoritária na Câmara de que o governo dá menos atenção do que deveria aos parlamentares.
Interessante é que mesmo na esquerda, há um percentual significativo que está carente de atenção do governo (42%). Os deputados do centro – importantes para a aprovação da agenda do governo – reclamam ainda mais de atenção (72%).
Apesar de carentes, os deputados acreditam que as chances do governo aprovar sua agenda são altas (56%).
Mesmo 1/3 dos deputados de direita acreditam que as chances do governo passar sua agenda no Congresso são altas. Deputados de centro (61%) e de esquerda (88%) também acreditam que o governo consiga aprovar sua agenda.
O fator determinante para que o governo consiga apoio na Câmara é, na opinião dos deputados, que ele cumpra seus acordos com os líderes partidários e libere as emendas acordadas.
Note que essa opinião é especialmente prevalente entre os deputados de centro (52%). Para a esquerda, os acordos partidários são tão importantes quanto ter apoio popular. Para a direita, acordos são determinantes, assim como o governo ouvir suas sugestões.
Mas o que o governo deve priorizar no segundo semestre? Na avaliação da maior parte dos deputados o governo deve priorizar a aprovação de medidas arrecadatórios (42%).
Das medidas arrecadatórios que testamos, a aprovação da taxação de apostas online (65%) e a extinção do JCP (50%) são tidas como as mais prováveis. A medida que tem maior resistência parece ser a mudança na taxação dos fundos exclusivos.
Outras agendas também foram testadas. A reforma tributária parece ter apoio no plenário da Câmara. O mesmo não pode ser dito sobre a PL das Fake News e sobre mudanças na reforma trabalhista.
A pesquisa confirma ainda a impressão geral de que o presidente da Câmara é quem tem o maior poder sobre a definição da agenda política da casa (51%). Em segundo lugar aparecem os líderes partidários (20%). A agenda continua muito centralizada.
Arthur Lira é, na avaliação dos deputados, um presidente independente, mas tendendo ao governo. Ou seja, os deputados acham que ele está longe de ser um empecilho para a agenda que interessa ao Lula.
A pesquisa investigou ainda o grau de influência de diferentes setores sobre as decisões do Congresso. O agronegócio é, de longe, o setor mais influente na Câmara (77%). Em segundo aparece o setor financeiro (58%) e em terceiro o setor industrial (52%).
Por fim, vale mostrar que a Câmara tem uma visão bem aderente à da população quando o tema é definir qual o problema mais grave do Brasil hoje. A economia (crescimento, juros altos e desemprego) e as questões sociais (fome e pobreza) são os dois principais problemas.
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