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Assassinato Fernando Villavicencio no Equador intriga governo Lula

O governo sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encontra-se em busca de compreender as razões por trás do assassinato de Fernando Villavicencio, que era candidato à presidência do Equador e foi morto nesta quarta-feira (9). As informações alcançando o Ministério das Relações Exteriores são ambíguas. A facção criminosa conhecida como […]

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Imagem: REUTERS/KAREN TORO

O governo sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encontra-se em busca de compreender as razões por trás do assassinato de Fernando Villavicencio, que era candidato à presidência do Equador e foi morto nesta quarta-feira (9).

As informações alcançando o Ministério das Relações Exteriores são ambíguas. A facção criminosa conhecida como Los Lobos reivindica o atentado, no entanto, a possibilidade de seus membros terem efetivamente perpetrado o crime ainda não foi corroborada pelas autoridades.

O Itamaraty emitiu uma declaração expressando pesar pelo “deplorável ato” e exprimindo a confiança de que os responsáveis “serão identificados e submetidos à justiça”. Até então, o Equador não ocupava uma posição proeminente nas preocupações abrangentes de Lula acerca do continente, já que atravessava um processo eleitoral sem maiores perturbações.

A candidata Luiza González, representante do partido de orientação esquerdista Revolução Cidadã, apresentava 26,6% das intenções de voto, ostentando uma vantagem de dez pontos percentuais sobre Villavicencio, que até então era o segundo colocado. Como a favorita, González conta com o apoio do ex-presidente do Equador, Rafael Corrêa, outrora aliado de Lula na região.

A tragédia do homicídio de Villavicencio acontece em um período em que o governo brasileiro já estava voltando sua atenção para toda a América Latina, com especial ênfase na Argentina e no Chile, onde forças políticas de tendência bolsonarista estão crescendo nas pesquisas eleitorais, e os governos de orientação centro-esquerdista estão enfrentando contrariedades.

Na Argentina, onde as eleições primárias ocorrerão no domingo (13), a inflação já superou a marca de 100% ao mês. O país também vivencia um luto pela morte de uma menina de 11 anos nesta semana, em uma cidade próxima a Buenos Aires, vítima da criminalidade em um país onde os índices de violência têm ascendido, apesar de ser notavelmente mais seguro do que o Brasil. As preocupações prementes dos argentinos atualmente incluem a inflação, com 55%, seguida pela violência, com 38%.

O candidato que angaria a simpatia do governo Lula, o ministro da Economia, Sergio Massa, mantém-se firme nas pesquisas, porém a direita está em sua cola, e a ala ultraconservadora bolsonarista, personificada pelo ultraliberal Javier Milei, mantém-se competitiva.

No Chile, a administração do presidente Gabriel Boric também se defronta com o aumento da violência, questões econômicas e acusações de má administração de recursos públicos por parte de seus ministros. Boric presencia o avanço de seu oponente, Jose Antonio Kast, conhecido como o “Bolsonaro do Chile”, nas sondagens eleitorais.

Gustavo Petro, na Colômbia, igualmente enfrenta acusações e o país está inquieto, marcado por protestos recentes tanto de oposição quanto de apoio ao seu governo.

Dessa forma, a onda de mudanças políticas que percorreu o continente ao longo da década encontra agora obstáculos. E a instabilidade compromete os planos de Lula, que almeja liderar efetivamente a América Latina num momento em que não há mais líderes no poder para rivalizar com ele, como era o caso do casal Kirchner na Argentina e mesmo de Hugo Chávez nos anos 2000.

Autores do crime?

Um grupo criminoso autointitulado ‘Los Lobos’ assumiu a responsabilidade pelo assassinato de Fernando Villavicencio, candidato à presidência do Equador, ocorrido na noite desta quarta-feira (9). Através de um vídeo que está circulando nas plataformas de mídia social, indivíduos mascarados segurando armas de fogo confirmam a autoria do crime.

Na gravação, um dos indivíduos enigmáticos lê um manifesto e emite ameaças direcionadas a outros candidatos, incluindo Jan Topic, que foi um dos primeiros a se pronunciar após o assassinato de Villavicencio.

“Queremos deixar claro a toda a nação equatoriana que toda vez que políticos corruptos não cumprirem suas promessas, quando receberem nosso dinheiro, que são milhões de dólares, para financiar sua campanha, serão exonerados”, afirma o homem.

O manifesto da facção ainda declara que “assumimos a responsabilidade pelos fatos ocorridos esta tarde (a morte de Villavicencio) e afirmamos que eles se repetirão quando os corruptos não cumprirem suas palavras”.

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