O presidente do México, Manuel López Obrador, tece duras críticas aos Estados Unidos, tanto com relação a sua política externa, ‘intervencionista’, como internamente, acusando a ‘democracia’ dos EUA de estarem a serviço das oligarquias financeiras.
A declaração foi feita em referência à política externa dos EUA, que segundo ele, ainda se baseia na política de Monroe, de se sentir o “governo do mundo”, é uma resposta a diversos comentários negativos feitos por Blinken sobre o vizinho latino nos últimos dias, comentários como o “México teria diversas regiões do pais governadas diretamente pelo crime organizado ao invés do governo”, também de supostas “violações de direitos humanos no país” e ainda culpou o México por mortes de estadunidenses em casos relacionados a drogas.
A bandeira vermelha se levanta com este tipo de cometário, vindo diretamente do Departamento de Estado dos EUA, porque já sabemos que tem muito tempo já que são criadas diversas justificativas para intervenções diretas ou indiretas dos EUA em outros países, principalmente justificativas como falta de democracia, violação de direitos humanos e ausência de governo, e até de causar danos diretamente ao povo americano. Os mesmos argumentos foram usados antes da invasão do Iraque e da destruição da Líbia.
Manuel López Obrador:
Há mais democracia no México atualmente do que nos Estados Unidos. […] Eles [EUA] não abandonam uma política de dois séculos, a política de Monroe, de sentir-se o ‘governo do mundo’. O que eu digo à Blinken do Departamento de Estado, que há mais democracia atualmente no México que nos Estados Unidos […] Aqui o Povo governa, mas lá quem governa é a oligarquia.
Assista:
Essa postura agressiva dos Estados Unidos vem causando um efeito negativo em sua relação com outros países, que estão se tornando cada vez mais corajosos em criticá-los. Isso pode significar o começo do fim do império americano, que já perdeu boa parte da Ásia e está perdendo gradualmente a América do Sul e a África.
Apenas a Europa ainda está presa em um “relacionamento abusivo” com os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, o México está se aproximando dos BRICS e pode fazer parte oficialmente, vale lembrar que o México é um país da América do Norte, que tem uma longa e importante fronteira com os EUA, pertencente ao USMCA, sigra para o acordo econômico entre EUA, México e Canadá. Além disso, diversos países no mundo todo já começaram a desdolarização de suas economias, o que inclui economias gigantes e países “chaves” como China, Irã, Arábia Saudita, Rússia e diversos países africanos.
Essa mudança na política externa de diversos países é acelerada pela postura agressiva dos Estados Unidos e da OTAN. Com a economia enfraquecida e menos ‘lacaios e estados satélites’ espalhados pelo globo, mais países conseguem coragem para enfrentar os EUA. Isso foi visto recentemente na Síria e na Rússia.
É importante ressaltar que essa mudança não é apenas política, mas também econômica. A desdolarização das economias significa uma diminuição na dependência do dólar como moeda de reserva mundial, o que pode afetar diretamente a economia americana.
Em resumo, a postura agressiva dos Estados Unidos vem gerando críticas cada vez mais fortes de outros países, que estão se tornando mais ousados em enfrentá-los. A desdolarização das economias também é um fator importante nessa mudança de paradigma. O futuro das relações internacionais ainda é incerto, mas é certo que o mundo está mudando e os Estados Unidos precisam se adaptar a essa nova realidade.
Fontes: @upholdreality, CNN