A Polícia Militar de São Paulo realizou a Operação Escudo em resposta a morte soldado da Rota, Patrick Reis. A operação resultou em 16 óbitos confirmados em Guarujá e Santos, na quarta-feira passada (2). Com informações da Folha.
Durante o período de cinco dias, a operação na Baixada Santista, que tem previsão de continuação por um mês, já se tornou a mais mortal desde o massacre do Carandiru. Entre as vítimas, estão um homem identificado como indigente, um garçom e um ajudante de pedreiro, cujo cão também foi morto a tiros.
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A operação tem enfrentado críticas devido a suspeitas de excessos, incluindo relatos de tortura e ameaças à população local. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, têm respondido às acusações. Enquanto o governador expressou sua satisfação com a operação, o chefe da SSP negou veementemente os relatos de abusos e torturas, considerando-os apenas como narrativas infundadas.
Até o momento, os mortos pelas forças de segurança na Baixada Santista, identificados com base no relato de familiares e em boletins de ocorrência, são os seguintes:
Layrton Fernandes da Cruz Vieira de Oliveira
Aos 22 anos, o auxiliar de pedreiro encontrou sua vida ceifada por disparos de arma de fogo enquanto repousava na residência de um amigo, localizada no bairro Jabaquara, em Santos. O trágico episódio ocorreu por volta das 8h40 de uma terça-feira (1º). De acordo com seus familiares, ele foi alvejado por policiais pertencentes ao Baep (Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar), os quais também tiraram a vida do cachorro da casa a tiros.
Flavio Sérgio Menezes de Cabral
A vítima foi morta no bairro Jabaquara, onde, de acordo com relatos de moradores, foram ouvidos disparos na manhã de 1º de agosto, aproximadamente duas horas após o falecimento de Layrton. Flavio perdeu a vida após ser atingido por tiros provenientes de fuzil e pistola, disparados por policiais militares dentro de uma residência localizada no morro. Segundo testemunhas próximas, alega-se que Flavio foi executado pelos policiais após mencionar que possuía algum registro policial. Em contrapartida, os policiais envolvidos, que não sofreram ferimentos, alegam que reagiram aos tiros disparados contra eles.
Filipe do Nascimento
O jovem de 22 anos e garçom, foi vítima de um trágico incidente em Morrinhos 4, uma favela situada em Guarujá. De acordo com informações da família, ele foi morto por policiais militares logo após ser retirado do barraco onde residia. Seu corpo foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) sem identificação, e a confirmação de sua identidade ocorreu na manhã de quarta-feira (2) por sua esposa. Filipe trabalhava em uma barraca na praia das Astúrias antes do ocorrido.
Fábio Oliveira Ferreira
Com 40 anos, a vítima teve sua vida tirada em 28 de julho, por volta das 13h20, na rua Albino Marquês Nabeto, em Guarujá. De acordo com o boletim de ocorrência, agentes policiais notaram um homem que apresentava comportamento suspeito e portava um volume na cintura. Ao tentarem abordá-lo, alegam que ele tentou sacar uma pistola Glock de calibre .45. Diante da situação, um dos agentes efetuou um disparo, e outro tentou desarmar Fábio, disparando também acidentalmente. Apesar de ser socorrido, Fábio não resistiu aos ferimentos.
Cleiton Barbosa Moura
Aos 24 anos, foi morto em 29 de julho, às 20h25, na rua Operária, localizada no bairro Sítio Conceiçãozinha, em Guarujá. Segundo os relatos dos agentes policiais, Cleiton estava supostamente portando uma pistola Taurus de calibre .40 e teria empreendido fuga de uma residência para o fundo de um beco, efetuando disparos contra os policiais. Durante a perseguição, os agentes afirmam ter ouvido o choro de uma criança no beco. Cleiton foi atingido por três tiros, sendo um deles proveniente de um fuzil, de acordo com os policiais. Na sequência, foram apreendidos crack e uma balança, encontrados dentro de uma máquina de lavar no local dos acontecimentos.
Rogério de Andrade de Jesus
Com 39 anos, perdeu a vida em 30 de julho, às 7h40, em uma situação registrada como ocorrência policial. Segundo o relato, Rogério foi encontrado em uma residência, situada em um morro próximo à avenida Brasil, em Guarujá, durante uma patrulha realizada pelos agentes com base em informações de moradores locais. Segundo o boletim, ao ser abordado, Rogério teria apontado uma pistola calibre 380 em direção a um policial e se recusado a largar a arma. Diante disso, um dos policiais efetuou um disparo de fuzil em resposta à ameaça. Após o incidente, a equipe solicitou ajuda médica, que, segundo o boletim, demorou cerca de 50 minutos para chegar ao local.
Identificado como indigente
O homem morreu no bairro Sítio Conceiçãozinha, localizado na periferia de Guarujá, na tarde de 31 de julho, às 15h10. Conforme o registro do boletim de ocorrência, os policiais afirmaram que o homem teria disparado contra eles, resultando em uma resposta com tiros de fuzil e pistola por parte dos agentes, culminando em sua morte. Ao lado do corpo, os agentes encontraram um revólver calibre 38 com numeração raspada e uma mochila. O conteúdo da mochila incluía um tablete de maconha, um rádio comunicador, uma faca e uma balança.
Evandro da Silva Belém
Com 35 anos, morreu em um confronto com policiais militares na rua Botafogo, no bairro Pae Cara, que faz parte da área pobre no distrito de Vicente de Carvalho, Guarujá. O incidente ocorreu às 14h20, menos de uma hora antes do ocorrido com o homem classificado como indigente. Os policiais envolvidos no confronto eram do Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) de Guarulhos, ou seja, a mesma equipe que esteve presente na ação que resultou na morte do morador de rua anteriormente classificado como indigente. Os PMs patrulhavam os becos da comunidade Aldeia quando se envolveram no confronto com Evandro.