O hacker Walter Delgatti Neto, preso preventivamente pela Polícia Federal em operação que também teve como alvo a deputada Carla Zambelli, afirmou em depoimento a PF que o descuido de servidores do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com senhas causou a invasão ao sistema do órgão.
Vale destacar que mais cedo, o hacker entregou Zambelli como mandante das invasões ao sistema do CNJ. “Os servidores confiavam demais que o sistema não seria invadido”, afirmou Delgatti.
Ainda depoimento, o hacker revelou que conseguiu o acesso ao repositório de códigos-fonte do sistema do CNJ, o GitLab, usando um bug em outro site.
O hacker explicou que analisou códigos por três meses e percebeu que muitas senhas usadas “eram muito frágeis, a exemplo de ‘123mudar’, ‘cnj123’ e ‘p123456’, ou seja, de fácil dedução”.
Em uma das senhas, a “123mudar”, pertencia ao conjunto de protocolos que dava acesso as informações do CNJ. “Em alguns bancos de dados, a senha não era um ‘hash’ [uma senha criptografada], mas a senha em si, o que demonstrou um descuido por parte dos administradores, haja vista possibilitar combinações em outros sistemas”, explicou o hacker.
Delgatti ainda disse a Polícia Federal que Jair Bolsonaro perguntou se era possível invadir uma urna eletrônica. A pergunta capciosa foi feita no Palácio do Alvorada após um encontro ocorrido em agosto de 2022.
Com informações do Metrópoles