A Fitch, uma agência de classificação de risco, anunciou recentemente que diminuiu a nota dos Estados Unidos de AAA para AA+. Essa nota se refere às perspectivas de longo prazo da dívida da superpotência e foi tomada em consideração vários fatores, como a erosão da governança, aumento da dívida do governo, desafios fiscais de médio prazo, possibilidade de entrar em recessão e alta de juros pelo FED, entre outros motivos.
Mas o que isso significa para o mercado brasileiro? Bem, é como se o andar térreo de um prédio tivesse sido rebaixado, e todos os andares acima também fossem afetados. Isso significa que o cenário é mais arriscado, e o dólar pode até ganhar força no curto prazo, mas tende a enfraquecer mais adiante.
Além disso, as condições financeiras mais restritas fazem “o trabalho sujo da SELIC”, logo é de se esperar uma atitude mais expansionista do Banco Central do Brasil (BCB). Mantenho o corte de 50 pontos amanhã.
Por fim, provavelmente o FED vai moderar eventuais ajustes na sua taxa básica frente aos riscos que o sistema financeiro e de crédito nos EUA podem enfrentar por um duplo aperto (piora de nota pela Fitch e alta de juros).
No entanto, o sinal é positivo para os mercados de capital brasileiros. Na margem, o Brasil está melhor e pode com isso atrair capitais de curto e médio prazos. Em outras palavras, a notícia não é o fim do mundo, mas é preciso ficar de olho nas mudanças que virão.
Fonte: André Perfeito
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