O número de escolas municipais fechadas no Rio de Janeiro devido a confrontos armados no primeiro semestre de 2023 chegou a quase 100% do total do ano passado inteiro. No primeiro semestre de 2022, 1.078 casos foram contabilizados, enquanto de janeiro a junho deste ano, já foram 2.129, um aumento de 97,5%.
Um levantamento da Secretaria Municipal de Educação indica que, em 2022, cerca de 160 mil estudantes tiveram suas rotinas escolares afetadas pela violência armada, com um total de 2.128 casos. Por outro lado, este número atualmente chegou a 163.386.
As unidades escolares afetadas também subiram no índice: são 405 escolas com ao menos um dia letivo interrompido pelos confrontos, contra 500 escolas somente no primeiro semestre deste ano.
Para Renan Ferreirinha, secretário municipal de Educação, a situação é inconcebível. “Existe toda uma geração de alunos cariocas que estão tendo seu ensino prejudicado por conta da insegurança e dos confrontos armados. É inconcebível um aluno perder 21 dias letivos, como já aconteceu em uma de nossas escolas este ano, por causa da violência”, afirmou.
O programa Acesso Mais Seguro foi uma medida implantada pela secretaria, junto a Cruz Vermelha Internacional, para amenizar a situação e garantir mais segurança às crianças e adolescentes em escolas, além dos funcionários no geral. No entanto, o crescimento descontrolado da violência armada na capital fluminense impede o funcionamento efetivo do projeto.
“É surreal que tenha passado a ser parte da nossa rotina entender todo dia muito cedo se vamos conseguir abrir nossas escolas ou não porque está tendo tiroteio, operação policial, guerra de facções. Isso não pode ser normal. Tem alguma coisa muito errada na segurança pública quando a gente deixa de se concentrar no aprendizado pra poder entender se vamos conseguir abrir as unidades escolares”, continuou Ferreirinha.
Paulo
31/07/2023 - 23h52
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