95% das 100 maiores empresas brasileiras são favoráveis à lei anticorrupção, que completa dez anos nesta terça-feira (1º). A pesquisa foi feita pela Quaest e divulgada pela CNN Brasil.
Segundo o levantamento feito com a Transparência Internacional-Brasil, apenas 5% dos entrevistados que atuam em 100 das 250 maiores empresas do país consideram a legislação negativa para o setor empresarial. Por outro lado, 91% acreditam que os sistemas de integridade nas empresas são “imaturos”.
A lei anticorrupção promoveu instrumentos e maneiras modernas para enfrentar esse problema, como os acordos de leniência, a responsabilidade objetiva das pessoas jurídicas, a tipificação mais clara de suborno de funcionários públicos estrangeiros e o incentivo à adoção de sistemas de compliance nas empresas.
“Além de equiparar o Brasil às legislações anticorrupção mais modernas no mundo, a Lei 12.846 produziu, em dez anos, uma verdadeira revolução no setor privado brasileiro, com a disseminação de mecanismos e uma cultura de compliance antes inexistentes. Mas os próprios executivos reconhecem que os sistemas de integridade ainda são imaturos e sua efetividade depende, de um lado, de incentivos positivos, como o apoio da alta liderança nas empresas e, do outro, da capacidade de enforcement das autoridades”, explicou Bruno Brandão, diretor-executivo da Transparência Internacional-Brasil.
Para 54%, os profissionais de compliance só têm autonomia, segurança e apoio em uma minoria de empresas, enquanto outros 44% acreditam que o apoio tem na maioria. 2% dos entrevistados acreditam não haver apoio algum.
A pesquisa também indicou que o ponto de mais aprimoramento na legislação das empresas é referente aos incentivos de adoção às práticas de integridade. Ainda sobre compliance, 57% acham que o setor deve crescer nos próximos anos e 43% crê que ele irá se manter estável.
57% das empresas consideram que a lei auxiliou pouco no desenvolvimento de pequenas e médias empresas, enquanto 42% considera que a ajuda foi muita. 1% acredita que não houve ajuda em nada neste quesito.
Ainda que 13% considerem que não haverá impacto, 87% dos empresários classificam que a adesão do Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) pode elevar os padrões do país.
A Quaest questionou, também, sobre as operações policiais anticorrupção feitas no Brasil. Sobre isso, 83% dos entrevistados acreditam que elas ajudaram a reduzir a sensação de impunidade no país, contra 17%, que não consideram esse impacto. A Lava Jato é vista como negativa para 11%, regular para 25% e a mais positiva para 64%.
A maioria dos empresários considera que tais operações ajudaram na transformação de mecanismos e padrões de integridade empresarial: foram 93% dos entrevistados que concordaram com esse ponto, contra 7% que discordaram