O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, realizou uma reunião às 10h nesta segunda-feira (31) em seu escritório, em São Paulo, com representantes de quatro importantes instituições bancárias. O encontro ocorre às vésperas da próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que poderá deliberar sobre a possibilidade de reduzir a taxa de juros, atualmente estabelecida em 13,75%.
O grupo é composto por empresários que respaldam o ministro em suas críticas à manutenção da taxa Selic. Desde o começo do ano, liderados pelo presidente Lula, membros do governo têm intensificado a pressão sobre o Banco Central, que resistiu durante o primeiro semestre a alterar os níveis de juros.
Fernando Haddad se encontrou com os seguintes líderes do setor financeiro: Isaac Sidney, presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos); Milton Maluhy, CEO do Itaú; Octávio Lazari, CEO do Bradesco; Mario Leão, CEO do Santander Brazil; e André Esteves, presidente do BTG Pactual.
A reunião do Copom está agendada para quarta-feira (2). Nessa ocasião, ocorrerá a estreia dos dois indicados por Lula para a diretoria do Banco Central: Gabriel Galípolo, que assumirá a diretoria de Política Monetária; e Ailton Aquino, que assumirá a diretoria de Fiscalização.
O Comitê de Política Monetária é composto por 9 diretores do banco. A maioria do mercado espera uma redução de 0,25 pontos percentuais para a taxa Selic. Caso esse corte seja efetivado, a taxa ficará em 13,5% ao ano.
Vale ressaltar que a taxa Selic se mantém em 13,75% ao ano desde agosto de 2022. Caso não ocorra nenhum corte na quarta-feira, essa taxa permanecerá inalterada por um período de 1 ano.
Mesmo com o corte na taxa Selic, o governo ainda manifesta críticas ao trabalho do Banco Central e busca uma redução mais significativa nos juros. De acordo com analistas, a expectativa é que a Selic termine o ano de 2023 em 12%, e que em 2024, essa taxa alcance o patamar de 9%.