Será nesta terça-feira (1º) o depoimento do ex-diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha, para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). Cunha, que foi exonerado do comando da ABIN em março e nomeado em abril pelo presidente Lula para chefiar a assessoria especial de Planejamento e Assuntos Estratégicos do GSI, deverá falar sobre os agentes da ABIN que estavam no Planalto no dia 8 de janeiro.
Porém, seu depoimento, que foi aprovado numa manobra do presidente da CPMI, Arthur Maia (UNIÃO-BA), virou um festival de frustrações para Maia e a oposição ao governo.
Nesta segunda-feira (31), a Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou à CPMI do 8 de Janeiro que o testemunho de Saulo, seja mantido em sigilo, destinado apenas aos parlamentares e assessores presentes. A AGU justificou que a divulgação das informações fornecidas durante a audiência poderia prejudicar as investigações em curso na agência. A AGU foi acionada pela própria ABIN.
Maia era totalmente contra o sigilo do depoimento e, ao que tudo indica, ele iria negar o pedido da AGU. Acontece que o Ministério da Justiça, comandado por Flávio Dino (PSB-MA), negou a divulgação das imagens.
Para resolver o imbróglio, costura-se uma solução que tenta agradar a oposição e o governo: o depoimento seria parcialmente aberto.
Atenderia o pedido da AGU, e aquilo que ficou de fora do pedido seria aberto. Ou seja, aquilo que não expusesse os servidores da ABIN e não colocasse em risco a vida de seus agentes poderia ser transmitido ao vivo; o restante seria apenas numa reunião fechada com os membros da CPMI.
Ainda não está muito claro como a presidência da CPMI irá lidar com isso ou qual decisão irá tomar diante deste revés.