Segundo Padilha, governo Lula quer interagir com PL, partido de Bolsonaro

Ministro da Articulação Política, Alexandre Padilha chegando na liderança do PSD para encontro com bancada do partido, na Câmara dos deputados. Reprodução.

Segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem “todo o interesse” em “interagir” com integrantes do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

Padilha afirmou que, a partir do segundo semestre, o Planalto pretende “aprimorar” as relações com o Congresso, para assim, “consolidar” a frente governista. “Temos que consolidar a presença da frente política dentro do governo, saudando a possibilidade de parlamentares que representam bancadas de partidos que tiveram compromisso conosco para que eles possam participar do governo”, disse. 

O ministro falou sobre conversar com partidos “que não necessariamente oferecem parlamentares no sentido de compor o 1º escalão [do governo], mas que têm disposição, seja nos Estados, seja em outros espaços, de compor o governo”. Como o PL. 

“No caso do PL, nós temos um conjunto de parlamentares que, até por afinidade nos seus Estados, por posicionamento de não passar pano para os atos terroristas no dia 8 de janeiro, por ter votado tanto a reforma tributária quanto o marco fiscal e a retomada dos programas sociais. E temos todo o interesse em interagir, sobretudo nos Estados, com a participação deles no governo”, afirmou o ministro. 

Padilha também falou sobre o governo conseguir “reestruturar dezenas de medidas provisórias” do governo de Bolsonaro para que elas não criassem as chamadas pautas-bombas. “A 3ª prioridade foi reorganizar o Orçamento com a PEC [Proposta de Emenda à Constituição] da Transição. A 4ª ponta foi recriar os programas sociais. A 5ª foi aprovar o marco fiscal e a reforma tributária”, pontuou. 

De acordo com ele, o governo construiu no 1º semestre deste ano “uma nova relação, de diálogo, às vezes de mediações”, com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG). 

“Com essa relação que nós temos tanto com o presidente Lira, quanto com o presidente Pacheco, nós aprovamos aquilo que era necessário aprovar para o país. Fomos vitoriosos nesse 1º semestre[…] nós conseguimos aprovar todas as 5 prioridades. São como as 5 pontas da estrela do PT”, declarou, citando que a 1ª prioridade era “conseguir garantir presidentes da Câmara e do Senado que se comprometeram e foram decisivos para estancar o golpe do dia 8 de janeiro” , afirmou.
 

Lívia Mendes: Estudante de Jornalismo na UFF.
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