Líder do movimento fundamentalista Hezbollah, do Líbano, declara que pessoas LGBT+ são um perigo e devem ser mortas

Foto Agência Brasil

Neste sábado (29), o líder do movimento Hezbollah do Líbano reforçou seus ataques contra a comunidade LGBTQ+, que é muito marginalizada na região.

“Não estamos inventando batalhas, nem inventando perigos. Este é um perigo real que é iminente e já começou”, disse Hassan Nasrallah em um discurso televisionado durante a comemoração anual da Ashura, uma das datas mais importantes do Islã xiita.

Na semana passada, Nasrallah chegou a afirmar que “mesmo que façam isso só uma vez, devem ser mortas [pessoas LGBT+]”. Ele acusou instituições educacionais e ONGs de estimular relações homoafetivas para crianças e pediu que o Ministério da Educação intervenha contra esse “perigo no Líbano”.

O Líbano é um país religiosamente diverso e é considerado um dos mais liberais do Oriente Médio. A comunidade LGBTQ tem sido há muito tempo visível e aberta, desafiando repressões arbitrárias em seus bares, boates e centros comunitários.

Entretanto, ainda enfrentam discriminação social, econômica e legal sistemática, agravadas pelo discurso de Nasrallah.

“O discurso de ódio funciona como uma ferramenta de diversão, usada por Nasrallah e pelas elites políticas para desviar a atenção do público das profundas disparidades econômicas e falhas de governança”, escreveu Hussein Cheaito, um economista que se concentra na economia política queer, no Twitter (que está sendo renomeado como “X”).

Em 2018, a comunidade LGBTQ+ obteve uma vitória quando um tribunal libanês decidiu que a relação entre pessoas do mesmo sexo não é ilegal. No entanto, desde então têm ocorrido mais contratempos do que êxitos.

No verão passado, a comunidade LGBTQ+ no país foi alvo de uma repressão severa. Ativistas enfrentaram perseguições e eventos do Orgulho LGBT+ foram cancelados por ordem do Ministério do Interior, que instruiu as forças de segurança a coibir qualquer evento considerado como “promovendo a perversão sexual”.

O Ministério justificou a repressão contra os eventos LGBTQ, alegando que tais atividades violam os costumes, tradições e os “princípios da religião” do país.

Ana Clara Nascimento:
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