O ex-presidente Jair Bolsonaro agradeceu neste sábado (29) os R$ 17,1 milhões recebidos via Pix entre janeiro e julho deste ano, enviado por apoiadores a pedidos do político para custear as multas e sanções que ele já levou.
“Muito obrigado a todos aqueles que colaboraram comigo no pix há poucas semanas. Mais do que o valor depositado, quase 1 milhão de pessoas colaboraram com R$ 0,01 a R$ 20 em média. Dá para pagar todas as minhas contas e ainda sobra dinheiro para a gente tomar um caldo de cana e comer um pastel com a dona Michelle”, afirmou.
A declaração foi feita em Florianópolis (SC), em um evento do PL Mulher, ao lado da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL).
O relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) registrou a quantia e apontou que esse valor foi movimentado por 769 mil transações feitas para a conta do ex-presidente da República apenas no primeiro semestre de 2023.
Além dos agradecimentos, Bolsonaro aproveitou a oportunidade para criticar a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por torná-lo inelegível por oito anos. “Triste o país onde autoridades do Judiciário punem os seus cidadãos não pelos seus erros, mas pelas suas virtudes. Me tiraram o direito político, mas isso não nos abala. Temos milhares de sementes por todo o Brasil”, disse.
O político foi julgado e proibido de atuar politicamente até 2030 por abuso de poder político e econômico e uso indevido dos veículos de comunicação do governo federal durante a campanha de reeleição de 2022. Além dessa ação concluída no final de junho, há mais 15 contra Bolsonaro em tramitação no TSE.
O ex-chefe do Executivo também citou Lula em seu discurso, apontando negativamente para a fala do petista em que se “orgulha de ser comunista”. Bolsonaro afirmou que o presidente da República, governando seu terceiro mandato, não sabe o significado de democracia. “Esse cara não sabe o que é liberdade, não sabe o que é democracia, o que é prosperar”, declarou.
Por fim, Bolsonaro também voltou a criticar a reforma tributária, que foi aprovada pela Câmara dos Deputados em julho. “É triste o país que dá carta branca para uma pessoa escolher a carga tributária”, disse, voltando a se referir a Lula.