Em comunicado divulgado nesta sexta-feira para a imprensa, a equipe jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que os R$ 17 milhões recebidos por meio de transações via Pix têm uma “origem totalmente legal”. Os valores foram transferidos entre janeiro e julho deste ano e constam em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). A informação foi divulgada pelo jornal O Globo.
“Para que não se levantem suspeitas levianas e infundadas sobre a origem dos valores divulgados, a defesa informa que estes são provenientes de milhares de doações efetuadas via Pix por seus apoiadores, tendo, portanto, origem absolutamente lícita”, diz o texto assinado pela defesa do ex-presidente da República.
Para os advogados, a divulgação dos dados é “inaceitável e criminosa violação de sigilo bancário”.
“Por derradeiro, a defesa informa, ainda, que nos próximos dias tomará as providências criminais cabíveis para apuração da autoria da divulgação de tais informações”, afirmou a defesa de Bolsonaro.
De acordo com Coaf, responsável pelo combate à lavagem de dinheiro, os valores recebidos via Pix são considerados “atípicos” e, possivelmente, estão relacionados à campanha de arrecadação promovida por Bolsonaro para quitar as multas que recebeu durante sua gestão, como a infração por transitar em público sem usar máscara durante a pandemia de Covid-19.
Ao longo de seis meses, o órgão de inteligência financeira analisou um total de 769.717 transações realizadas através do Pix. Dentre os principais doadores identificados, estão uma empresária do setor agrícola, que contribuiu com R$ 20 mil; um proprietário de uma empresa de materiais de construção, que doou R$ 10 mil; um escritor, com uma doação de R$ 10 mil; um advogado e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, com R$ 5 mil; além de outros doadores.
Paulo
31/07/2023 - 18h30
“Só” 769 mil trouxas? Pensei que tinha mais…