Augusto Aras está reavaliando sua estratégia para ser reconduzido ao cargo de Procurador-Geral da República (PGR). Nos últimos meses, Aras contava com o apoio de uma ala do PT liderada pelo senador Jaques Wagner e o ministro Rui Costa, acreditando que isso lhe garantiria a permanência no posto.
No entanto, o ex-presidente Lula tem demonstrado resistência à recondução de Aras devido à sua postura complacente em relação à conduta criminosa do ex-presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia.
Diante desse cenário, o procurador-geral indicou a seus aliados que o mês de agosto será decisivo para definir sua estratégia: ele deverá optar por continuar lutando para permanecer na cadeira ou trabalhar para emplacar um aliado como seu sucessor. Com essa decisão, Aras busca se proteger de possíveis problemas que possam ser atribuídos a ele após deixar o cargo.
Caso escolha a segunda opção, Aras deve apoiar o nome do subprocurador Carlos Frederico Santos, responsável pelo inquérito dos atos golpistas de 8 de janeiro.
Em uma entrevista ao colunista Guilherme Amado, do site “Metrópoles”, na quinta-feira, Carlos Frederico seguiu o roteiro de um candidato à vaga: elogiou a postura de Aras, mencionou exemplos de PGRs que permaneceram no cargo por períodos consideráveis, criticou Rodrigo Janot e a Lava-Jato.
“A maioria dos subprocuradores-gerais da República tem interesse em ser PGR e eu gostaria de deixar minha contribuição. Entre o querer, o ser escolhido e o poder (ser escolhido) há um espaço muito grande”, afirmou.