Deutsche Welle – Julho está extremamente próximo de ser o mês mais quente já registrado globalmente, de acordo com o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia e a Organização Meteorológica Mundial, disseram na quinta-feira.
“Não precisamos esperar o final do mês para saber disso. A menos que ocorra uma mini era glacial nos próximos dias, julho de 2023 quebrará recordes em todos os aspectos,” disse o Secretário-Geral, António Guterres, a repórteres em Nova York.
“A era do aquecimento global terminou, a era da ebulição global chegou,” disse Guterres.
De acordo com o relatório, as temperaturas nos primeiros 23 dias de julho tiveram uma média de 16,95 graus Celsius, muito acima do recorde anterior de 16,63 graus Celsius estabelecido em julho de 2019.
6 de julho também foi o dia mais quente globalmente registrado, superando o recorde anterior de temperatura de 16,80 graus Celsius em 13 de agosto de 2016. Todos os dias desde 3 de julho têm sido mais quentes do que o recorde de agosto.
Os dados surgem após junho ter estabelecido o recorde de ser o mês mais quente de todos os tempos.
Julho pode ser o mais quente em 120.000 anos.
Os serviços climáticos disseram que a temperatura da Terra tem temporariamente excedido o limite de 1,5 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais.
“O clima extremo que afetou milhões de pessoas em julho é, infelizmente, a dura realidade das mudanças climáticas e uma amostra do futuro,” disse o Secretário-Geral da Organização Meteorológica Mundial, Petteri Taalas.
“A necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa é mais urgente do que nunca. A ação climática não é um luxo, mas uma necessidade,” disse Taalas.
O valor de 1,5 graus Celsius é uma meta do Acordo de Paris e indica o ponto em que os impactos climáticos se tornam cada vez mais prejudiciais para as pessoas e para o planeta inteiro.
Carlo Buontempo, diretor do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), disse que é “extremamente provável” que julho de 2023 seja o mês mais quente já registrado, com base em análises que remontam a 1940.
Além dos registros oficiais, Buontempo disse que dados de proxy climático, usados por cientistas para determinar padrões climáticos antes do início do registro oficial na década de 1880, sugerem que as temperaturas nesse período são “sem precedentes” na história.
Possivelmente, até mesmo há “cerca de 100.000 anos”, afirmou. Uma análise da Universidade de Leipzig, na Alemanha, também encontrou que julho de 2023 quebrará recordes de calor.