Fernanda Montenegro, renomada atriz brasileira, teceu críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e levantou reflexões sobre o contexto vigente do Brasil. As declarações foram feitas em entrevista à TV 247, via Splash.
“Tivemos um [presidente que por] quatro anos nos destruiu. É impossível não ser radical, porque posso até dizer o seguinte: se o Brasil tivesse sido cuidado com mais cuidado, não se chegaria a esse monstro a que chegamos por quatro anos”, afirmou a artista.
A jornalista Hildegard Angel questionou a atriz sobre teatro e, durante sua resposta, Montenegro fez uma comparação entre outros tempos e o período em que Bolsonaro esteve no poder da República, de 2019 a 2022, mas sem citar o nome do político. Para ela, ir ao teatro tornou-se um “ato de fé” após passar por uma “hora mortal”.
A atriz disse que analisa estes últimos anos e reflete sobre qual foi o caminho tomado pelo país para chegar até o momento em que o ex-presidente se consolidou na liderança. “Houve sempre algo que foi pendurando, pendurando. Estou analisando a personagem. Por que chegou a esse ganho? Por que um país aguentou isso dessa forma?”, ela questiona.
“Você começa a analisar, e não quero entrar em detalhes, mas esse caráter, e essa paciência de aturar esse caráter, ele veio pelo tempo, sempre transformando e transferindo o ganho real da sobrevivência social. Sempre chega até um tempo e para”, continuou.
Para ela, a população já teve mais esperança na política do que nos dias atuais, porém ela reconhece uma mudança na política e na sociedade. “Também estamos mudando, vamos dizer, de caminho civilizatório”, concluiu Fernanda Montenegro.
As críticas de Montenegro
Não é a primeira vez que a atriz comenta sobre Bolsonaro com tom negativo. Desde 2018 ela já criticava o ex-presidente, então candidato, e, em março do ano passado, confirmou que não iria votar nas próximas eleições.
Montenegro nomeia a gestão de Bolsonaro como trágica e ainda chama de “emblema sórdido” os símbolos do político, como o gesto de armas com a mão.
“Hoje a esperança, mais do que nunca, tem que ser ativa. Estamos com esse trágico governo, um presidente que faz como símbolo da sua atividade presidencial uma mão [faz o gesto de Jair Bolsonaro] que é uma arma ou o sexo de um homem. É um emblema sórdido”, disse, em 2022.