DW e Al Jazeera – Um tribunal russo condenou na quarta-feira Ilya Sachkov, cofundador da empresa de segurança cibernética Group-IB, a 14 anos de prisão sob a acusação de traição. Ele foi preso em setembro de 2021 pelo Serviço Federal de Segurança da Rússia. Antes do julgamento, na semana passada, os promotores do caso pediram que o russo fosse condenado a 18 anos de prisão.
Sachkov foi acusado de transmitir segredos de estado Russos a espiões estrangeiros. “O tribunal considerou Sachkov culpado de acordo com o artigo 275 do Código Penal da Rússia e o condenou a 14 anos de prisão com sentença a ser cumprida em regime fechado”, disse o juiz Alexander Rybak, segundo a agência de notícias AFP.
O advogado de Sachkov disse, em coletiva após o julgamento, que esperava que seu cliente fosse absolvido, pois achava ter apresentado provas suficientes para provar sua inocência. “Não vamos desistir. Acreditamos na inocência de Ilya.”, disse o defensor, Sergei Afanasiev. O condenado ainda se diz inocente.
Poucos detalhes do julgamento foram divulgados, já que os casos de traição normalmente são confidenciais na Rússia.
Sachkov não está mais associado à empresa de segurança cibernética que fundou. O Group IB, agora sediado em Cingapura, disse em um comunicado que tinha “total confiança na inocência de Ilya”. “Enquanto ele permanecer preso injustamente, continuaremos a enfrentar a injustiça e operar nossos negócios com a mesma missão em mente – lutar contra crime cibernéticos”, disse a empresa em comunicado.
Sachkov foi premiado por Putin
Sachkov participou da fundação do Group-IB, em 2003, quando tinha apenas 17 anos. A empresa se concentrava em investigar crimes de alta tecnologia e fraudes online. Além da Rússia, eles também tinham uma base de clientes global que incluía bancos, empresas de energia, empresas de telecomunicações e a Interpol.
Três anos depois de fundar a empresa, Sachkov recebeu o prêmio de “avanço inovador” do presidente Vladimir Putin.
De acordo com relatos da mídia russa apurados pelo portal DW, ele irritou o governo com um discurso feito em um evento um ano antes de sua prisão, em 2020. Ele teria criticado a nomeação, feita por autoridades do país, de alguém que ele disse ser um ex-espião para chefiar um órgão que cobre a exportação de tecnologias na Rússia.
Sachkov é o último de uma longa lista de pessoas, incluindo cientistas, soldados, oficiais e um ex-jornalista a enfrentar acusações de traição na Rússia nos últimos anos.
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