Leia principais trechos e integra da delação premiada de Élcio Queiroz

Foto: Reprodução/MP

Um ex-policial militar, Élcio Queiroz, trouxe à tona informações surpreendentes ao confessar sua participação no assassinato da vereadora Marielle Franco, do Psol-RJ. Segundo Queiroz, a execução foi orquestrada pelo policial militar reformado Ronnie Lessa, com o envolvimento do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como “Suel”, que foi preso pela Polícia Federal nesta segunda-feira (24.jul.2023). O Cafezinho teve acessoa a delação, leia depoimento na Integra.

Delação detalhada:

Queiroz relatou em sua delação premiada que o sargento Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como “Macalé”, teria sido o mandante do crime e teria participado de todos os monitoramentos da vereadora Marielle. Esse sargento foi assassinado em 2021.

A arma usada no assassinato de Marielle foi uma submetralhadora, que segundo Queiroz, foi adquirida após um extravio em um quartel do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) da Polícia Militar do Rio de Janeiro após um incêndio.

O início do crime se deu no dia 14 de março, quando Queiroz, que estava trabalhando para as Casas Bahia, recebeu uma mensagem de Lessa no aplicativo Confide às 12h. Às 16h, Lessa instruiu Queiroz a evitar o horário de pico e se encontrar com ele em sua casa na Barra da Tijuca.

Às 17h do mesmo dia, Queiroz chegou ao condomínio de Lessa, onde encontrou-o com uma mala preta contendo a arma do crime. Após sair da casa, Queiroz disse que, a pedido de Lessa, deixou o celular dentro do carro.

Dentro do carro, Queiroz testemunhou Lessa preparando-se para o assassinato, colocando um casaco preto, tirando a submetralhadora da bolsa, instalando o silenciador, usando uma touca e segurando um binóculo na mão. Lessa chegou a cogitar atirar na entrada da Casa das Pretas, mas desistiu após o alerta de Queiroz sobre a presença de muitas pessoas.

Logo após a saída de Marielle, Queiroz seguiu o carro da vereadora enquanto Lessa especulava que ela poderia estar indo para um bar que frequentava. Ao diminuir a velocidade do carro de Marielle, Lessa pediu para Queiroz emparelhar e realizar os disparos. Queiroz afirmou que sentiu cápsulas caindo sobre ele durante o ataque.

Após o assassinato, por volta das 21h48, os três envolvidos se dirigiram à casa da mãe de Lessa, no Méier, onde deixaram o carro. Em seguida, pegaram um táxi para a Barra da Tijuca, onde encontraram Maxwell. Naquele momento, a morte de Marielle já estava sendo noticiada. Os três permaneceram em um bar até as 3h.

No dia seguinte, em 15 de março, Lessa, Queiroz e Maxwell se encontraram novamente no Méier, onde retiraram cápsulas do veículo usado no crime. Maxwell trocou a placa do carro e o levou para Rocha Miranda, onde Edimilson Barbosa dos Santos, conhecido como “Orelha”, desovou o automóvel.

Esses são os principais trechos da delação de Élcio Queiroz que forneceram novas revelações sobre o caso Marielle Franco. O envolvimento de importantes figuras do cenário policial chocou a opinião pública e levanta questões sobre a investigação e a justiça.

Ruann Lima: Paraibano e Estudante de Jornalismo na UFF
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