A Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou uma solicitação ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) requisitando que a corregedoria do órgão apure a atitude do juiz José Gilberto Alves Braga Júnior, em que reproduziu “fake news” sobre o presidente Lula em uma de suas decisões judiciais.
Em um despacho, o magistrado em exercício na Vara de Plantão de Jales (SP) declarou que Lula minimizou a gravidade do roubo de aparelhos celulares, referindo-se a declarações amplamente difundidas por apoiadores de Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2022.
De acordo com o órgão responsável, a fala do magistrado foi considerada “inoportuna, desnecessária e fundamentada em notícia falsa” não guardando nenhuma relação com os fatos sob investigação no processo criminal em andamento.
Além disso, a AGU também alegou que o único objetivo claro e incontestável de mencionar Lula foi o de disseminar as “ofensas” para que elas se propagassem nas redes sociais e meios de comunicação.
Segundo o órgão, visto que a afirmação é inverídica, o magistrado agiu de forma grave, violando seu dever de cuidado e diligência, ou então agiu intencionalmente com o propósito específico de propagar informações enganosas.
A denúncia foi enviada ao corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, que ficará encarregado de examinar a solicitação, podendo resultar na instauração de um procedimento disciplinar contra o juiz.