O governo estadunidense deu início a investigações para apurar se uma das universidades mais emblemáticas dos Estados Unidos, a Universidade Harvard, comete discriminação racial na admissão de seus alunos pelo ‘legado’ familiar.
Em 3 de julho, uma denúncia foi apresentada por grupos de direitos civis, que explicaram que Harvard dá preferência a candidatos cujos pais tenham estudado na instituição ou doado dinheiro, essa seleção beneficia majoritariamente estudantes brancos, o que viola a lei de proibição a discriminação racial em programas que recebem subsídios federais, o que acontece com quase todas as universidades dos EUA.
Numerosas faculdades e universidades aplicam políticas de admissão de legado, porém, esse tema tem sido objeto de novas análises desde junho, após a Suprema Corte invalidar as políticas de ação afirmativa adotadas pela Harvard College e pela Universidade da Carolina do Norte, que visavam aumentar a admissão de estudantes não brancos.
Quase 70% dos candidatos ligados a ex-alunos ou doadores de Harvard são brancos e, de acordo com a denúncia, têm mais chances de serem aceitos do que os candidatos regulares.
As estatísticas foram obtidas a partir de dados de admissão em Harvard que se tornaram públicos devido ao caso decidido pela Suprema Corte em junho. No decorrer de sua investigação, espera-se que o Departamento de Educação colete dados mais atualizados.
Um representante de Harvard divulgou um comunicado em que não abordou diretamente a investigação de direitos civis. No entanto, destacou que a universidade está revisando cuidadosamente diferentes aspectos de suas políticas de admissão. O objetivo desta revisão é assegurar que a instituição possa continuar admitindo uma comunidade estudantil diversificada, mesmo após a decisão da Suprema Corte.
“Harvard continua dedicada a… redobrar nossos esforços para encorajar estudantes de diferentes origens a se inscreverem para admissão”, disse o comunicado.