O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, apresentou uma surpreendente deflação de 0,07% para o mês de julho, segundo dados divulgados nesta terça-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa marca representa uma desaceleração em relação ao mês anterior, que registrou alta de 0,04% em junho, e uma queda significativa em relação ao mesmo período do ano passado, quando o IPCA-15 foi de 0,13%.
A queda nos preços de energia elétrica residencial foi o principal fator que impactou negativamente o índice, apresentando uma redução de 3,45% após a inclusão do Bônus de Itaipu, que foi creditado nas faturas de julho. Além disso, quatro dos nove grupos pesquisados pelo IBGE apresentaram queda no mês, com destaque para o grupo de Habitação, que teve uma variação de -0,94%. Essa queda foi impulsionada não apenas pela redução na conta de luz, mas também pela diminuição nos preços do botijão de gás, que teve uma redução de 2,10%.
O preço do gás de cozinha (GLP) foi reduzido em 3,9% pela Petrobras, o que levou o preço do botijão de 13kg para R$ 31,66 antes de impostos, incluindo os lucros das distribuidoras e revendedoras. Esse fator contribuiu para aliviar o impacto nos preços ao consumidor.
Outro grupo que contribuiu significativamente para a deflação no mês foi o de Alimentação e Bebidas, que apresentou uma variação de -0,40%. Esse resultado foi influenciado pelas quedas nos preços dos alimentos no domicílio, como o feijão-carioca (-10,20%), o óleo de soja (-6,14%), o leite longa vida (-2,50%), e as carnes (-2,42%).
No entanto, nem todos os grupos apresentaram deflação. O grupo de Transportes registrou uma alta de 0,63%, sendo impulsionado principalmente pelo aumento nos valores da gasolina, que teve uma variação de 2,99% e contribuiu positivamente com 0,14 ponto percentual para o IPCA-15. A Petrobras reduziu em 5,3% os preços da gasolina para as refinarias, mas a diminuição não chegou às bombas devido à reintrodução de impostos na cadeia produtiva. Mudanças no formato de cobrança do ICMS pelos estados e o aumento de impostos federais sobre gasolina e etanol também contribuíram para essa situação.
No geral, o IPCA-15 acumulou alta de 3,19% nos últimos 12 meses. Essa redução na prévia da inflação é um indicativo positivo para os consumidores, já que representa uma desaceleração nos preços de alguns itens essenciais, como energia elétrica e alimentos, aliviando o orçamento das famílias em um momento de recuperação econômica. No entanto, especialistas alertam que é preciso acompanhar de perto os próximos meses para avaliar a tendência da inflação e seus possíveis impactos na economia brasileira.