Um padre foi afastado pela Arquidiocese de Campinas (SP) por suspeita de cometer crime de injúria racial. Silvio Sadi Tesche é acusado em pelo menos dois casos envolvendo funcionários de uma agência bancária.
Segundo a denúncia, o primeiro caso teria ocorrido em 30 de setembro do ano passado. Um manobrista de 57 anos, que trabalha estacionando veículos de clientes do banco, disse à polícia que o padre recusou deixar as chaves do veículo. Em seguida, o sacerdote disparou “sai daqui, seu macaco filho da puta”. Inconformado com as ofensas, o manobrista questionou o padre e foi novamente ofendido. “É isso mesmo. É por isso que eu não gosto de negro, seu petista”.
De volta à agência no dia 25 de outubro, menos de um mês depois do primeiro caso, o sacerdote teria ido em direção à recepcionista e determinado que ela interrompesse o atendimento a um cliente para que pegasse café para ele. A vítima recusou alegando que essa não era sua função. Insistindo, Silvio fez questionamentos sobre o café e chamou a atendente de “burra”, de acordo com o relato da funcionária à polícia.
O padre retornou à agência um dia depois pedindo para conversar com a gerente. Após ser informado pela atendente que a funcionária não poderia atendê-lo, Silvio começou a chamar a vítima de “mula” e “neguinha”. De acordo com testemunhas, o padre já era conhecido por ser “estúpido e rude com todos”.
A Arquidiocese de Campinas afastou o padre alegando “prevenir escândalos, proteger a liberdade das pessoas envolvidas e tutelar o curso da justiça”. Os casos tramitam na 1ª Vara Criminal da cidade. Apesar do afastamento, o sacerdote seguirá recebendo uma remuneração de dois salários mínimos.
A defesa de Silvio disse que “os casos não ocorreram como foram noticiados pela suposta vítima”.
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