O Equador declarou, nesta segunda-feira (24), estado de emergência nas províncias de Manabi, Los Rios e na cidade de Duran, próxima a Guayaquil. Nesta terça (25), o país também declarou estado de emergência de 60 dias nos presídios do país.
O movimento do governo foi motivado por uma onda de violência. O prefeito da cidade costeira de Manta, Agustin Intriago, foi assassinado na segunda, assim como a jogadora de futebol, Ariana Estefanía Chancay. A mulher buscava apoio do prefeito em seu projeto esportivo no momento do ataque.
Guillermo Lasso, presidente do Equador, ao declarar estado de emergência também comunicou informes sobre a investigação do assassinato. De acordo com Lasso, um suspeito foi detido na segunda; a criminalística tem 4 celulares em investigação: um que foi encontrado no carro dos supostos criminosos que geraram o ataque, um na área de varredura ao lado do rifle encontrado e dois celulares de colaboradores do Prefeito; e a polícia já recuperou o veículo utilizado no ataque.
No domingo (23), após um conflito entre gangues rivais na prisão de Guayas 1, localizada em Guayaquil, cerca de 2.700 soldados invadiram o presídio para retomar o controle do local. O complexo abriga mais de 5.600 prisioneiros.
O Ministério Público informou que 11 pessoas ficaram feridas nos confrontos, entre eles um membro das forças de segurança do presídio. Além disso, há registro de 18 mortes causadas pelo conflito.
Segundo relatos de militares, tropas entraram em Guayas 1 para restaurar a ordem e procurar armas e outros itens ilegais depois que o estado de emergência entrou em vigor. O governo do Equador disse que recuperou o “controle total” do presídio.
Guillermo Lasso também fez publicações em suas redes sobre os conflitos nas prisões. Segundo ele, o governo “jamais cederá” à violência criminosa.
“A missão é restabelecer a ordem neste centro de detenção para proteger a vida, a saúde e a segurança dos detentos”, disse o comandante das Forças Armadas, general Nelson Proano, em coletiva em frente ao presídio, segundo o portal DW.
Ele disse que as explosões ouvidas de dentro do complexo foram “detonações feitas por grupos de elite das forças armadas”.
Violência nas prisões equatorianas
Tumultos entre gangues rivais em prisões equatorianas já mataram pelo menos 420 pessoas desde 2021.
O Equador, que faz fronteira com os principais produtores de cocaína da América Latina, Colômbia e Peru, serve como ponto de partida para embarques da droga para os Estados Unidos e Europa por meio do porto de Guayaquil.
Na segunda-feira (24), autoridades disseram que dezenas de guardas foram mantidos como reféns em prisões em cinco províncias.
Aniversário de Guayaquil
As tensões no país acontecem em meio à celebração dos 488 anos da fundação da cidade de Guayaquil, comemorados nesta terça (25). O presidente Guillermo Lasso salientou a necessidade de restabelecer a ordem em suas redes: “Com esforço, empenho e trabalho contínuo, vamos seguir em frente e recuperar a paz que o crime organizado nos tirou. Temos que estar mais unidos do que nunca para vencer esta batalha.”
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