Divulgação do IPCA-15 pelo IBGE pode determinar corte de juros pelo Banco Central

Vitória (ES) - Supermercados lotados e com filas nos caixas e na entrada funcionam em horário reduzido. (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

A divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) pelo IBGE, agendada para esta terça-feira às 9h, ganha grande relevância ao ser o último indicador de inflação antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, prevista para os dias 1º e 2 de agosto. Os diretores do Banco Central estarão atentos especialmente à inflação de serviços, que tem mostrado uma desaceleração mais lenta.

A expectativa em relação ao IPCA-15 é que seja registrado uma deflação de 0,02% em julho, de acordo com projeção da Guide Investimentos. Essa taxa poderá ser decisiva na determinação da trajetória dos juros na reunião do Copom.

A Genial Investimentos também estima uma deflação de -0,02% no indicador, o que resultaria numa taxa acumulada de 3,25% em 12 meses.

Os analistas consideram a inflação de serviços como o elemento-chave da divulgação do IPCA-15. Caso essa inflação seja mais benigna, poderá elevar as expectativas de um corte mais significativo, de 0,5 ponto percentual, na reunião de agosto, conforme avaliação da Guide Investimentos.

A inflação de serviços tem permanecido em patamar elevado e tem sido uma preocupação do Banco Central. Dados da Rena Investimentos mostram que, enquanto o IPCA acumulou alta de 3,4% em 12 meses até junho, a inflação de serviços alcançou 6,1%.

O Banco Central recentemente incluiu uma pergunta sobre o mercado de trabalho no questionário enviado ao mercado antes das reuniões do Copom, o que reflete a preocupação da instituição com a inflação de serviços, que influencia diretamente a taxa de desemprego.

Dessa forma, a divulgação do IPCA-15 trará importantes subsídios para o Banco Central decidir o rumo da taxa Selic, atualmente em 13,75%, na próxima reunião do Copom. A cautela diante da desaceleração mais lenta dos serviços pode levar o BC a optar por um início de redução de juros em 0,25 ponto percentual, com a possibilidade de aceleração para 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões, visando encerrar o ano com a taxa de juros em 12,0% no final de 2023, conforme avaliação da Guide Investimentos.

Ruann Lima: Paraibano e Estudante de Jornalismo na UFF
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