Campos Neto volta a receber duras críticas do PT

Imagem: Agência Brasil

Apesar da inflação ter apresentado um declínio notável no Brasil, em grande parte devido ao aperto da política monetária implementada pelo Banco Central (BC), o Partido dos Trabalhadores (PT) retomou sua postura de ataques contra Roberto Campos Neto, presidente da instituição.

Em um artigo publicado no site oficial do PT na sexta-feira (21), intitulado “Campos Neto mira destruir soberania com plano de ‘privatizar’ reservas internacionais”, o partido liderado por Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classifica o presidente do BC como “lacaio” e “capacho” do sistema financeiro.

Nesse texto, o PT critica as declarações de Campos Neto durante uma entrevista à gestora de fundos americana BlackRock, a maior do mundo, na qual ele defendeu a ideia de “terceirizar” a gestão das reservas brasileiras.

“O bolsonarista Roberto Campos Neto comete agora um dos mais graves atentados contra o povo brasileiro já vistos na história recente do país”, declarou o texto.

“Reafirmando o papel de lacaio do sistema financeiro, Neto revelou o mais novo plano para destruir a soberania nacional: terceirizar a gestão de ativos brasileiros. Em outras palavras, entregar ao capital especulativo estrangeiro as reservas internacionais do Brasil, hoje estimadas em US$ 380 bilhões graças aos governos do PT”, continuou.

Conforme relatado no texto divulgado no site do PT, o partido expressou uma resposta contundente à postura ousada do presidente do BC, considerado um subordinado do capital financeiro e envolvido em um ataque contra o Brasil tão grave quanto a tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro. Em seguida, o partido mencionou declarações da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e do deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) para reforçar sua posição.

Recentemente, o PT e alguns setores do governo reforçaram suas críticas contundentes em relação a Campos Neto. Lula, Haddad e outros membros do alto escalão do Executivo federal demandaram a redução da taxa básica de juros (Selic), atualmente fixada em 13,75% ao ano.

Durante uma entrevista concedida ao jornal Folha de S.Paulo no início de julho, o ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, indicado por Lula e Haddad para a Diretoria de Política Monetária do BC, reconheceu que tinha o papel de tentar suavizar as tensões entre o governo e Campos Neto.

Quando perguntado se as críticas de Lula ao BC afetavam de alguma maneira a relação institucional entre o Executivo e a autoridade monetária, Galípolo respondeu que “o presidente tem liberdade e legitimidade para falar sobre o que ele quiser”.

Clarice Candido:
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