Mensagens apreendidas pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) revelam negociações de armas entre apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) com o intuito de interferir no resultado das urnas e, ainda mais alarmante, falam sobre a possibilidade de uma “guerra civil” no Brasil.
As conversas destacam a intenção de utilizar armamentos para reverter a derrota de Jair Bolsonaro, como visto nas mensagens trocadas entre George Washington Oliveira, atualmente preso e condenado pela tentativa de atentado a bomba em Brasília, e Álvaro Canevari, um fazendeiro do estado do Pará. Em 12 de novembro de 2021, George enviou 21 fotos de diversas armas e mencionou: “A carabina .357 cano octogonal vai chegar 2 até início dezembro [SIC]”.
Outro ponto de destaque é a mensagem enviada por George, apenas um minuto após compartilhar as imagens: “Dá para começar uma guerra, hem!!! [SIC]”. Essas comunicações evidenciam a seriedade das discussões e o grave potencial de violência envolvido nesse tipo de plano. Em resposta, Álvaro demonstrou forte interesse na carabina .357, enfatizando que este é o seu maior interesse. Ao manifestar sua intenção de adquirir uma dessas armas, fica claro o quanto isso é importante para ela.
“Porque o Brasil vai entrar em uma guerra civil ano que vem se o Bolsonaro… se eles roubarem… Se roubarem a eleição do Bolsonaro, o Brasil vai entrar em uma guerra civil [SIC]”, afirmou o fazendeiro.
Em resposta, o bolsonarista que foi condenado pela tentativa de bomba declarou: “Esse é o motivo de tantas máquinas”. Parece que George estava envolvido na venda das armas, como indicado quando mencionou que viu preços em Goiânia (GO) e afirmou que estava oferecendo um valor mais baixo a Álvaro.
Passado um ano desde aquelas conversas que revelaram a intenção de usar a violência armada para interferir no resultado das urnas, George, estando dentro do acampamento do Quartel-General do Exército, mencionou uma “missão importante”.
Logo depois, na véspera de Natal de 2022, a Polícia Militar do DF encontrou uma bomba em um caminhão-tanque estacionado em uma concessionária no Aeroporto de Brasília. De acordo com as evidências da investigação, a missão pretendia ser essa explosão.