Às vésperas da estreia do Brasil na Copa do Mundo Feminina de 2023, as ruas de Vila Isabel, na zona norte do Rio de Janeiro, amanheceram coloridas de verde e amarelo neste domingo (23).
Já é tradição cobrir o asfalto na Rua Pereira Nunes a cada quatro anos, mas, neste ano, as cores voltaram antes do esperado. O costume segue vivo desde 1982 e nenhum evento de Copa passou em branco – a Copa do Mundo masculina, no caso.
Em 2023, no entanto, a Associação de Moradores de Vila Isabel, com o apoio da bandeira de cartão de crédito Visa, convidou a artista Andressa Gandra para celebrar o futebol feminino e trazer visibilidade para a seleção brasileira no Mundial deste ano.
“Eu já tinha pintado um grafite em Marechal Hermes [bairro da zona norte do Rio], para a Copa do Mundo masculina, no ano passado”, disse Andressa em entrevista à Agência Brasil. “É uma coisa que eu jamais imaginaria que seria possível, e fico muito orgulhosa. Chamei minha irmã para fazer parte disso, para que a gente possa perpetuar para as próximas gerações a importância de valorizar o futebol feminino”.
Com ajuda da irmã e dos moradores do bairro, a artista concluiu a pintura de 150 metros em um dia e se mostrou muito orgulhosa com a oportunidade de prestigiar o esporte feminino. Além disso, ela pintou também a Rua Clara Nunes, em Madureira, onde está a quadra da escola de samba Portela.
“Os desenhos que eu pintei em Madureira e Vila Isabel foram para representar o futebol feminino, com símbolos que representam o futebol, como a chuteira e a bola, e as flores e lírio dos ventos, que trazem a sensação de estar em constante movimento, a leveza e a delicadeza do sagrado feminino. A natureza representa o feminino também”, declarou Andressa.
Com o primeiro jogo da seleção brasileira marcado para segunda (24), às 8h, a Associação de Moradores de Vila Isabel também irá iniciar as comemorações para assistir ao campeonato, com transmissão ao vivo da partida na sede do grupo.
O diretor da associação, Celso Mendes, pretende reunir 100 mulheres para assistir ao jogo do Brasil e promover debates sobre a participação feminina no futebol.
“Quando a gente fala de seleção brasileira, a gente leva muito a sério. Quando vimos a possibilidade de fazer alguma coisa para o futebol feminino e conseguir homenagear as mulheres, a gente correu atrás. Hoje, independentemente de ser masculino ou feminino, para gente é importante. Se está vestindo a camisa da seleção, é Brasil e a gente vai fazer o melhor trabalho possível”, contou.
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