Em apenas 7 meses, após o fim do governo Bolsonaro, Élcio de Queiroz (preso desde 2019), envolvido no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em 2018, decidiu realizar uma delação premiada, algo que não ocorreu em 4 anos do governo de extrema direita, cujo o presidente e seus familiares demonstraram, mais de uma vez, simpatia com milícias e milicianos.
O que mudou de uma hora para outra? A Polícia Federal (PF) está evitando dar detalhes sobre as investigações que estão em um ponto determinante, mas segundo uma fonte na PF, o que mudou foi a postura do ex-policial militar.
O que se sabe é que Élcio decidiu falar após ser questionado sobre as pesquisas sobre Marielle e sua filha; os questionamentos vieram após a PF passar meses revisitando todos os detalhes do caso.
Nos últimos anos, os envolvidos direitos no crime ou foram executados ou alvos de tentativas de homicídio, como foi o caso de Ronnie Lessa e Maxwell (Suel) Correia, que foram alvos de uma tentativa de homicídio em 2018 (um mês e meio após o assassinato de Marielle). Em 2021, foi a vez de Edimilson Macalé, sargento da PM, executado, no mesmo ano em que o 2º sargento da Polícia Militar, Luiz Carlos Felipe Martins (orelha), também foi executado. Sua morte foi dois dias antes de ser preso.
Élcio não sabia que seus parceiros no crime estavam pesquisando sobre a vereadora, descobriu durante o interrogatório e se sentiu traído.
A defesa de Élcio que foi contratada com a ajuda de Ronnie Lessa sequer sabia da delação e hoje abandonou o caso.
As investigações se aproximam do seu derradeiro momento, e o Ministro da Justiça, Flávio Dino, afirma que nas próximas semanas os mentores do crime serão presos.
Para fazer uma alegação dessa e para a PF fazer uma operação dessas e ainda revelar seus detalhes para a imprensa, é porque o desfecho de tudo pode estar ainda mais próximo do que imaginamos.