O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou em entrevista ao Congresso em Foco que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pretende assumir o papel de mediador na guerra entre Rússia e Ucrânia. Segundo o chanceler, o presidente tem enfatizado a “necessidade urgente de se falar na paz, e não só na guerra”. Vieira defende que essa postura tem sido efetiva, apesar das críticas que Lula tem recebido por não se posicionar de forma mais contundente contra a Rússia e a invasão liderada por Vladimir Putin.
Vieira ressaltou que o Brasil está disposto a apoiar qualquer esforço de paz e que a situação na Ucrânia requer um esforço coletivo de vários países, não sendo uma tarefa para um país só. Ele também mencionou o recente engajamento de países africanos, que enviaram delegações de alto nível a Kiev e Moscou para dialogar com as partes.
O chanceler não descartou um encontro presencial entre Lula e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmando que “os canais estão abertos e estão funcionando, e o encontro pessoal entre os presidentes ocorrerá quando houver uma próxima oportunidade”.
Vieira descreveu o atual momento da política externa brasileira como uma “volta do Brasil ao mundo”, com o Itamaraty buscando “reconstruir pontes com o mundo” após o isolamento diplomático durante o governo de Jair Bolsonaro. Ele mencionou que Lula tem realizado reuniões bilaterais com chefes de Estado e de Governo de mais de 40 países.
Em relação à política externa durante o governo Bolsonaro, Vieira afirmou que estão trabalhando para reparar os danos causados. Ele também falou sobre a retomada das relações diplomáticas com a Venezuela, criticando a decisão do governo anterior de fechar a embaixada e os consulados brasileiros naquele país. Sobre o governo Maduro e as violações à democracia, Vieira afirmou que o Brasil expressará suas preocupações e críticas através de um diálogo diplomático franco.