Em um esforço para promover a aprovação da PEC 5/2023, de sua autoria, que amplia as isenções tributárias para entidades religiosas, o deputado federal Marcelo Crivella, líder da Igreja Universal do Reino de Deus e membro da bancada evangélica, está buscando uma negociação com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Recentemente, os evangélicos obtiveram um avanço ao conseguir incluir, com o apoio dos ministros evangélicos Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), um artigo na reforma tributária que estende a isenção de impostos para “templos de qualquer culto” e “associações beneficentes e assistenciais”, abrangendo diversas instituições, como casas de residência a ensino.
Apesar disso, o deputado Crivella busca mais conquistas e almeja que sua PEC seja aprovada, estendendo os benefícios tributários para bens das igrejas, como veículos, imóveis usados por pastores e equipamentos como microfones e cadeiras. Ele revela que toda a bancada evangélica está em apoio à proposta, contando com 40 deputados coautores e o suporte de 336 parlamentares que apoiam essa emenda constitucional.
No entanto, Crivella faz questão de esclarecer que a aprovação da PEC não é uma condição para o apoio dos evangélicos ao governo Lula. Ele destaca que é responsabilidade dos evangélicos orar pelas autoridades e torcer para que o governo tenha sucesso em promover o crescimento econômico, o aumento do emprego e o desenvolvimento do Brasil.
Apesar do apoio ao governo em alguns aspectos, Crivella ressalta que os evangélicos não abrirão mão de seus princípios fundamentais, como a defesa da família, o direito à vida, a liberdade religiosa e o livre empreendedorismo. O deputado enfatiza que esses valores não serão comprometidos em seu apoio ao governo, mas que há outras questões em que poderão encontrar áreas de acordo e aprovar projetos sem adotar uma postura opositora radical, diferente do que era visto na esquerda em relação ao governo Bolsonaro.
O diálogo entre o deputado Crivella e o governo Lula promete movimentar a política em relação às questões tributárias para entidades religiosas, e será acompanhado de perto pelos setores envolvidos e pela sociedade em geral.