Monumento na praia do Olho d’Água, em São Luís, tem o rosto arrancado em ato de vandalismo, e lideranças religiosas alegam motivação de intolerância religiosa.
Neste domingo (23), a estátua de Iemanjá, um monumento localizado na praia do Olho d’Água, em São Luís, foi alvo de vandalismo, tendo seu rosto arrancado. De acordo com líderes religiosos de matrizes africanas, o ato de depredação pode estar relacionado à intolerância religiosa.
O pai de santo Paulo de Aruanda, ativista dos direitos humanos, divulgou o crime nas redes sociais, manifestando preocupação com a situação. “Como não tem uma investigação clara, nós vamos chamar de vandalismo, mas pelo visto, pelo que nós estamos observando aqui, ela tem um caráter deliberado, pois não foi quebrado as mãos, não foi pichada a vestimenta, foi apenas, e tão somente, arrancado o rosto da imagem”, lamentou o líder religioso.
A instalação da estátua de Iemanjá, considerada rainha do mar na Umbanda e Candomblé, resultou de uma negociação entre as lideranças de religiões de matriz africana e o Governo do Estado do Maranhão para ser colocada na praia do Olho d’ Água, local frequentemente utilizado para fazer oferendas à entidade. Após o ato de vandalismo, o pai de santo e outros religiosos pedem que o poder público tome providências.
“Agora a gente ‘tá’ aqui em nome do povo de matriz africana solicitando do governador do Estado do Maranhão que nos ajude, tomando uma providência no sentido de recuperar a imagem, de inclusive colocar a imagem da forma em que foi negociada com os povos de matriz africana, num lugar mais amplo. Porque, inicialmente, era previsto uma praça para cinco mil pessoas, inclusive com condições de receber aqui pessoas e as caravanas que viriam do interior e, também, de outros estados para fazer suas práticas religiosas na praia do Olho d’Água”, afirmou o religioso.
O pai de santo também solicitou que a imagem, além de ser restaurada, seja melhor protegida para evitar futuros atos de vandalismo. Para ele, é essencial que o governo do Estado cumpra a promessa de colocar a estátua em uma redoma de vidro para protegê-la.
A Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop) emitiu uma nota de repúdio à destruição da estátua de Iemanjá e afirmou que o caso será investigado pela Secretaria de Segurança Pública. Além disso, o monumento será restaurado.
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