Em entrevista, Temer nomeia impeachment de Dilma de ‘golpe de sorte’ e elogia Lula

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Em entrevista ao site chileno BioBioChile, neste sábado, o ex-presidente da República, Michel Temer (MDB), afirmou que o impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016, foi um “golpe de sorte”.

“O que aconteceu com a ex-presidente Dilma é que ela perdeu apoio político. Além disso, havia as pedaladas fiscais, que são uma questão técnica e estão sob pena de demissão. Afastado o presidente, quem deve assumir a presidência da República é o vice-presidente. Isso está escrito na Constituição brasileira”, disse Temer. “Então sinto muito por aqueles que me chamam de golpista, sinto muito pelo presidente Boric que se manifestou dessa forma no passado. Não sei se atualmente, com os problemas que tem em seu governo, ele diria o mesmo”, continuou.

O ex-presidente do Brasil se refere a um comentário feito em 2016 pelo então deputado e atual presidente do Chile, Gabriel Boric. Na publicação no Twitter, o chileno afirmava que a saída de Dilma do poder brasileiro era um golpe, ainda que disfarçado de “institucional”.

À época, o ex-presidente foi acusado pela esquerda de ter arquitetado um golpe de estado que culminou no impeachment de Dilma, junto ao então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.

Temer elogiou a política externa de Lula, atual presidente da República. Para ele, o líder petista tem feito um esforço saudável e positivo ao Brasil, contrário a Jair Bolsonaro.”Não podemos aplaudir porque Bolsonaro não multilateralizou sua política externa. Bilateralizado ou trilateralizado, mas não era uma coisa útil. Não serviu para ele, nem para o governo, nem para o País”, defendeu.

Letícia Souza:
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