O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), como a principal instituição de fomento do país, almeja, de acordo com o presidente da instituição financeira, Aloizio Mercadante, financiar R$ 50 bilhões em projetos em 2023, o dobro do montante concedido no ano anterior.
O anúncio foi feito após Mercadante se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, onde também discutiram a necessidade de novos instrumentos de financiamento para atender às políticas públicas em elaboração. Isso inclui o novo Programa de Aceleração do Crescimento, a nova política industrial e o Pacote de Transição Ecológica, conhecido como Pacote Verde.
Segundo Mercadante, há uma forte pressão por investimentos e uma motivação crescente para investir neste novo ambiente econômico. Além disso, há expectativas de redução da taxa de juros e o desenvolvimento de novos instrumentos de financiamento que acelerem os investimentos em diversos setores da economia.
O BNDES já registrou um crescimento expressivo de 207% em novos projetos que ingressaram na instituição, o que impulsionou a perspectiva de financiamento recorde para este ano. No primeiro semestre, o banco também financiou mais exportações do que em todo o ano passado e elevou em 56% o financiamento a micro, pequenas e médias empresas.
Uma das iniciativas promissoras é o financiamento à inovação e digitalização com taxa atrelada à Taxa Referencial (TR), totalizando no máximo 3% ao ano. Essa medida busca acelerar os investimentos na indústria, diversificando as opções de financiamento, uma vez que os financiamentos tradicionais do BNDES são corrigidos pela Taxa de Longo Prazo (TLP).
O presidente do BNDES também anunciou um importante reforço para ações de transformação ecológica. O Fundo Clima, administrado pelo banco e dedicado a projetos de redução de emissões de gases de efeito estufa e adaptação a mudanças climáticas, receberá um adicional de R$ 620 milhões neste semestre.
Apesar das perspectivas promissoras, Mercadante também manifestou preocupação com o déficit do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), uma das principais fontes de recursos do BNDES. A situação do fundo, que deve encerrar o ano com um déficit de R$ 4,3 bilhões, precisa ser tratada pelo Congresso Nacional, já que parte dos recursos foram destinados à Previdência Social após a aprovação da reforma da Previdência.
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