A venda do controle da Braskem pela Novonor (antiga Odebrecht) está atraindo o interesse de grandes empresas nacionais e estrangeiras, bem como do governo brasileiro. Três grupos já apresentaram propostas formais para a compra de ações da petroquímica: Unipar, J&F e Apollo/Adnoc. Além disso, a Petrobras também pode manifestar interesse na compra.
A Novonor, atual controladora da Braskem, precisa vender sua fatia para saldar suas dívidas de cerca de R$ 15 bilhões com cinco bancos, decorrentes de sua recuperação judicial iniciada em 2020 após condenações na Operação Lava Jato.
A Petrobras, que detém 36,1% das ações da Braskem, possui o direito de preferência de compra por ser acionista minoritária. Além disso, a estatal tem a possibilidade de utilizar o mecanismo de tag along para deixar a sociedade caso o controle da empresa seja adquirido por um novo investidor.
A Unipar apresentou uma proposta para adquirir 34,3% das ações da Novonor, mantendo 4% de participação da empresa na Braskem. Essa proposta foi aceita pela Novonor, que ainda depende do aval dos bancos credores para avançar com a negociação.
A J&F ofereceu R$ 10 bilhões pela totalidade das ações da Novonor, enquanto o consórcio Apollo/Adnoc ofereceu US$ 7,2 bilhões pela totalidade das ações (cerca de R$ 34,5 milhões).
A Petrobras informou ao mercado que iniciou o processo de due diligence para avaliar os números da Braskem e tomar uma decisão sobre o exercício do direito de preferência.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem estimulado a transação, desejando a volta da Petrobras para o setor petroquímico. A palavra final sobre a venda pode ser dada por Lula.
A Braskem é uma gigante de escala global, sendo a maior produtora de resinas termoplásticas das Américas e com plantas industriais em diversos países. Seu faturamento em 2022 foi de R$ 96,5 bilhões.
A principal atividade da Braskem é a produção de resinas termoplásticas, que são matérias-primas essenciais para a fabricação de diversos produtos plásticos, como embalagens, tubos, filmes, entre outros. As principais resinas produzidas pela empresa são o polietileno (PE), o polipropileno (PP) e o policloreto de vinila (PVC).
É importante ressaltar que a eventual venda da Braskem para a Unipar pode enfrentar dificuldades no Cade, pois a Unipar passaria a concentrar todo o mercado de PVC nacional, com a Braskem detendo 70% do mercado e a Unipar os outros 30%.