Segundo o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), o presidente Lula (PT) ainda irá avaliar a hipótese de continuar com Augusto Aras na Procuradoria Geral da República (PGR). Em entrevista ao jornal O Globo, Dino disse que o presidente ainda deve conversar com outras pessoas cotadas ao cargo.
Em setembro, com o término do mandato atual, Lula deverá escolher quem ocupará a cadeira. Aras foi indicado à PGR duas vezes pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com o ministro, há aliados de Lula que defendem a permanência de Aras e que o petista irá examinar a possibilidade.
Porém, o presidente seguirá o mesmo processo da indicação da Defensoria Pública Geral da União, quando “só nomeou depois de conversar com os nomes que estavam na lista”.
“Eu imagino que, em relação ao PGR, ele vai ouvir uns quatro ou cinco nomes que pessoas ao redor dele defendem.”, disse Flavio Dino.
No entanto, há também petistas que já fizeram duras críticas ao longo da atuação de Augusto Aras à frente da PGR. Como o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), que chegou a assinar um pedido do Psol pelo impeachment de Aras. Suas críticas são especialmente sobre as decisões do procurador em relação as investigações contra o então presidente Jair Bolsonaro.
Em fevereiro do do ano passado o senador afirmou que : “A cada dia que passa no cargo o Sr. Aras envergonha e humilha o Ministério Público brasileiro, reagir é um dever moral não somente do Senado, mas também dos membros do Parquet. Sob, pena de assistirem a maior desmoralização desde a Constituição de 1988″.
O atual ministro das relações Intuicionais, Alexandre Padilha (PT), também já criticou o PGR sobre sua posição nas investigações contra Bolsonaro. O petista chegou dizer que Aras “dormia em berço esplêndido”.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR) reclamou do PGR após a revelação que ele trocou mensagens com empresários que trocavam mensagens golpistas. “Troca de mensagens entre empresários e o PGR é muito grave. Aras também é procurador eleitoral e conversava com gente que defendeu o golpe. Que amizade é essa?”, disse Gleisi em agosto do ano passado.