As autoridades do Panamá indicaram nesta sexta-feira (21) um recorde no número de migrantes a caminho dos Estados Unidos, passando pela selva do Darién, na fronteira com a Colômbia, em julho deste ano.
“Hoje somamos 227.000 migrantes que passaram por nosso território, este mês (julho) vamos superar a marca histórica de 2022, quando foram 248.000 migrantes que passaram pelo Darién”, disse o ministro de Segurança, Juan Manuel Pino.
A selva é considerada perigosíssima, mas, ainda assim, se tornou uma rota de migração para chegar aos Estados Unidos através da América Latina. São 266 km de extensão e 575.000 hectares de área, com animais selvagens e rios caudalosos.
Também há a presença de organizações criminosas no percurso da travessia que roubam os migrantes ou exigem pagamentos para guiá-los até o final. De acordo com as autoridades panamenhas, é suspeito que o tráfico de pessoas pelo Darién seja comandado pelo Clã do Golfo, um cartel de drogas da Colômbia.
Em 2022, vários conflitos armados foram registrados na selva entre gangues criminosas que buscam extorquir os migrantes e a polícia. No entanto, nenhum desses fatores impede a travessia de quem busca se refugiar em outro país.
Segundo o Serviço Nacional de Migração do Panamá, mais de 248.00 pessoas fizeram essa travessia no ano passado, um número recorde que está prestes a ser batido neste ano.
“Calculamos um número de 400.000 migrantes que passarão pelo Darién em 2023”, declarou Pino. O ministro explica que em 99% dos casos, o objetivo dessas pessoas é “seguir rumo ao norte”,
Apenas neste ano, até dia 30 de junho, mais de 100.000 venezuelanos cruzaram o território, informam as estatísticas oficiais do Panamá. Os dados também evidenciam cerca de 33.000 haitianos, mais de 25.000 equatorianos e mais de 8.500 chineses – desse total, menores de idade compunham um quinto.