O Museu Nacional, vinculado à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), irá receber um auxílio financeiro anual do MEC no valor de R$ 13,5 milhões, voltados a serviços de manutenção de equipamentos e do prédio.
O diretor do museu, o paleontólogo Alexander Kellner, reforçou em entrevista à Agência Brasil que o fator que causou o incêndio do patrimônio não foi um curto-circuito no sistema de ar-condicionado, mas, sim, o descaso frente ao museu e a “constante falta de recursos para o funcionamento e manutenção” do espaço. Para ele, o investimento anunciado será muito positivo.
“Isso permitirá que eu possa contratar brigadista, segurança, manutenção predial e coisas desse tipo. Eu vou resolver de uma vez por todas a questão de manutenção do museu, deixando claro que ninguém aqui fala em expansão do museu. É manter aquilo que a gente tem”, disse.
Segundo Kellner, os recursos não serão destinados apenas à sede do MN, o Palácio de São Cristovão, na Quinta da Boa Vista, zona norte do Rio de Janeiro. Outras duas áreas do museu também receberão os benefícios, são elas: o novo campus de pesquisa e ensino, com 43,4 mil metros quadrados, e o horto botânico, ainda não aberto ao público, mas que o diretor espera que, no futuro, seja.
“O MEC vai cuidar do Museu Nacional e isso nos dá forças e nos deixa em uma posição diferenciada quando a gente pede ajuda. Porque isso demonstra às pessoas que querem investir tanto em doar acervo como em questões financeiras para o término das obras, importantes para a sociedade brasileira, que elas não vão simplesmente investir em um lugar que vai ser construído e, depois, quando virarem as costas, tudo acaba se degradando por falta de manutenção. Esse é o ponto”, afirmou o diretor.
Na primeira visita do ministro da Educação, Camilo Santana, ao Rio, ele fez questão de visitar o museu, o que foi visto com bons olhos pela instituição. “Isso foi muito bom. O ministro se encantou com o projeto (de restauração), viu a maneira profissional como esse projeto estava sendo tratado, a maneira correta como está se trabalhando, e solicitou que a gente preparasse uma reprogramação das obras para entregar a maior parte possível do Museu Nacional ao público em 2026”, disse Kellner.
O diretor explica que serão necessários mais recursos para a reabertura do museu, além da verba de R$ 13,5 milhões destinada apenas à manutenção do espaço. Segundo ele, cerca de R$ 180 milhões ainda precisam chegar ao Museu Nacional para que ele possa voltar a receber a visita do público em 2026.
É esperado, ainda, outra parcela de investimento, desta vez, advinda da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). “Estamos ansiosos para que esses R$ 20 milhões da Alerj venham para o museu”, diz Alexander Kellner, que ainda não conseguiu contato com a assembleia. O valor é oriundo do Fundo Especial do Parlamento Fluminense, de acordo com a Lei 8.971/20 sancionada pelo então governador Wilson Witzel.