Em discurso, Bolsonaro diz estar sendo ‘perseguido’

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Nesta sexta-feira, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez duras críticas ao julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o tornou inelegível há aproximadamente um mês, devido a acusações de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante a pré-campanha eleitoral de 2022. Durante sua fala, proferido após receber uma condecoração da prefeitura de Anápolis (GO), Bolsonaro alegou que sua inelegibilidade, com uma duração de oito anos, aconteceu de maneira “bastante obscura”.

O ex-presidente fez menção aos resultados das eleições anteriores, momento em que foi derrotado pelo atual presidente Lula (PT), referindo-se de forma desdenhosa aos “tais números do TSE”. “Se eu nada representasse para nossa pátria, depois daqueles números do TSE, não estariam me perseguindo até hoje. Não teriam, de forma bastante nebulosa, me tornado inelegível. Qual foi o crime? Corrupção não foi. Abuso de poder econômico não foi”, declarou.

O TSE condenou Bolsonaro por 5 votos a 2 devido a uma reunião ocorrida em julho do ano passado no Palácio da Alvorada, na qual fez ataques infundados às urnas eletrônicas durante um encontro com embaixadores estrangeiros. Essa reunião foi transmitida ao vivo pela emissora estatal TV Brasil e também pelas redes sociais do então presidente. No julgamento, a maioria dos ministros concluiu que Bolsonaro, ao utilizar recursos e bens públicos, tentou semear dúvidas sobre o sistema de votação, com o objetivo de fortalecer seu discurso na candidatura à reeleição.

Nesta sexta (21), o ex-presidente discursou por aproximadamente 15 minutos após ser homenageado em Anápolis com a Comenda Gomes de Souza Ramos. Durante o discurso, ele também mencionou que “poderia ter ficado” permanentemente nos Estados Unidos após a derrota nas eleições de 2022, mas optou por retornar ao Brasil para liderar a oposição contra Lula.

Em seu discurso, repleto de críticas ao atual presidente, Bolsonaro se orgulhou da expansão do acesso a armas de fogo durante seu governo, no mesmo dia em que Lula assinou um novo decreto restringindo a venda de armamentos. O ex-presidente ainda ressaltou que “permitiu” que Lula assumisse a Presidência, recordando o fato de ter viajado antes da posse e se recusado a transmitir o cargo.

“Entreguei o Brasil, ou melhor, deixei outro cara assumir, porque jamais passaria a faixa para uma pessoa com o passado dele”, afirmou.

Clarice Candido:
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